Trump considera que está a ser vítima de um golpe de Estado

Jim Lo Scalzo / EPA

O Presidente norte-americano considerou, na noite desta terça-feira, que o processo de destituição que o ameaça é um golpe de Estado.

No Twitter, Donald Trump escreveu: “Cheguei à conclusão que o que está em vias de acontecer não é um impeachment [destituição]. É um GOLPE DE ESTADO, destinado a tirar o poder das pessoas, do seu VOTO, das suas liberdades, da sua Segunda Emenda, Religião, Forças Armadas, Muro das Fronteiras e os seus direitos dados por Deus como Cidadãos dos Estados Unidos da América!”.

Esta afirmação do Presidente norte-americano culmina uma série de ataques generalizados que tem feito nos últimos dias à oposição democrata.

Na segunda-feira, Trump sugeriu que o congressista que supervisiona o processo para a sua destituição, Adam Schiff, devia ser “preso por traição” e voltou a repetir que tudo não passa de uma “caça às bruxas”.

Na semana passada, o republicano também ameaçou retaliar contra os informadores que alertaram para o seu telefonema com o Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, dizendo que devem ser tratados como espiões.

“Quero saber quem foi que deu a informação ao denunciante, porque são quase espiões. Sabem o que se costumava fazer aos espiões nos bons velhos tempos, não sabem? Era diferente do que se faz agora”, concluiu o Presidente norte-americano em tom ameaçador.

A Câmara dos Representantes já está a trabalhar na elaboração dos artigos para a destituição do Presidente, que precisam de uma maioria simples para serem encaminhados para o Senado (dominado pelo Partido Republicano), onde terão de ser aprovados por uma maioria de dois terços, ou seja, seria preciso que 20 republicanos votassem contra o Presidente.

Em causa está precisamente a pressão de Trump junto do Presidente Zelenski para que investigasse a empresa do filho de Joe Biden neste país do leste europeu, em troca de financiamento e apoio militar.

Os democratas consideram que o chefe de Estado usou o seu cargo presidencial para pressionar o seu homólogo ucraniano a prejudicar um adversário político, dizendo que isso se enquadra na tipologia de “crimes e delitos graves” que podem levar a um processo de destituição.

Em toda a história dos EUA, nunca houve um Presidente destituído. Apenas dois chefes de Estado enfrentaram esta medida — Bill Clinton em 1998 e Andrew Johnson em 1868 — tendo ambos sido absolvidos.

ZAP // Lusa

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