A rosa-dos-ventos que está em frente ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, vai ser esta sexta-feira tapada simbolicamente com uma cobertura negra amovível, num apelo da empresa municipal que gere os equipamentos culturais para a proteção daquele local.
Segundo a EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, a ação, que coincide com a abertura das Jornadas Europeias do Património, pretende ser um apelo “à consciência de cada um” para que ajude a preservar “um património que é de todos”.
A zona de acesso ao Padrão dos Descobrimento, em Belém, foi desenhada e pensada para ser pedonal e de livre acesso, porém, diariamente no local “há também bicicletas, skates, patins, trotinetas e outros veículos que sobre ela circulam, ainda que tal seja proibido, e pastilhas elásticas que são atiradas para o chão por aqueles que passeiam nesta zona”, lê-se numa nota da EGEAC.
No comunicado, a empresa municipal refere ainda que a rosa-dos-ventos, com 50 metros de diâmetro, é visitada diariamente por centenas de pessoas, que, assim, “descobrem o planisfério, as rotas das viagens portuguesas, os bufões e outras criaturas fantásticas que fazem da obra de Cristino da Silva uma peça única, original e irrepetível”.
À TSF, a diretora do Padrão dos Descobrimentos, Margarida Kol de Carvalho, explicou os motivos da manifestação: “Temos estado a pedir o reforço da sinalização. Ela já existe, já existe a proibição, mas não é respeitada porque não está tão visível.”
“A pressão é muito grande. Temos aqui a ciclovia mesmo ao nosso lado, e, com os serviços camarários, existe já um perímetro de proibição mesmo à frente, um retângulo em frente ao Padrão dos Descobrimentos, mas queremos uma área maior”, refere a representante do monumento. De acordo com Margarida Kol de Carvalho, já foi também feito um “pedido de reposicionamento das docas de estacionamento das trotinetes”.
A diretora do Padrão dos Descobrimentos teme não conseguir “calcular os prejuízos” nos 2.500 metros quadrados de área deste património.
Questionada sobre as expetativas dos turistas que visitam a zona, Margarida Kol de Carvalho disse pensar “que os turistas vão ficar dececionados, mas, se se interessam por conhecer a arte e o património, vão compreender.”
De acordo com o Renascença, além de cobrirem a Rosa-dos-Ventos, o Padrão dos Descobrimentos colocou ao lado uma tela em inglês e português a alertar para a riqueza deste património inaugurado a 5 de agosto de 1960 e que em 1994 foi restaurada no âmbito da Lisboa Capital Europeia da Cultura.
ZAP // Lusa