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Elisa Ferreira apontada para comissária dos fundos estruturais. Centeno queria que ficasse com Economia e Finanças

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José Goulão / Wikimedia

A vice-governadora do Banco de Portugal Elisa Ferreira será a próxima comissária europeia indicada por Portugal, mas não irá ocupar a pasta para a qual foi proposta pelo primeiro-ministro.

António Costa propôs que Elisa Ferreira ficasse com a pasta da Economia e Finanças, mas, de acordo com o Público, tudo indica que a área que ficou reservada para Elisa Ferreira possa ser a dos fundos estruturais, o lugar que Costa apostava ver atribuído a Portugal e para o qual chegou a propor Pedro Marques como candidato a comissário.

Também Mário Centeno queria companhia nas decisões sobre os destinos financeiros da Europa. O ministro das Finanças aproveitou a ida ao SummerCEmp a Monsaraz, um evento organizado pela Comissão Europeia, para sugerir que a futura comissária europeia de Portugal, Elisa Ferreira, ficasse com a pasta dos Assuntos Económicos e Financeiros, segundo avançou o Observador.

O também presidente do Eurogrupo começou por dizer que a designação de Elisa Ferreira é uma “excelente notícia”, pois é alguém que tem “um nível de qualificações único e excecional do ponto de vista político e técnico” e que, “qualquer que seja a pasta que vá ter, vai ser mais um exemplo da excelência da representação portuguesa”.

Depois, o ministro das Finanças defendeu que a comissária designada por António Costa seja escolhida para a sua área por Ursula Von der Leyen. “As qualificações da professora Elisa Ferreira na área financeira e económica são ótimas e espero que sejam aproveitadas nessa dimensão“. Já a sua equipa escreveu sobre o assunto no Twitter, mas apenas referiu a parte de a antiga eurodeputada ter “qualificações” para “qualquer pasta”.

Já no final da sessão, em declarações aos jornalistas, Centeno insistia que Elisa Ferreira tem “muita credibilidade”, mas dizia que a é “uma decisão que decorre dentro da composição do colégio de comissários” e que passa pela presidente da comissão. No entanto, tem a certeza que Ursula Von der Leyen “acompanha essa matéria” e que as pastas que irá atribuir à portuguesa “serão condizentes com as suas qualidades”.

O que interessa é “discutir a política europeia”

A coordenadora do Bloco de Esquerda felicitou na terça-feira à noite Elisa Ferreira pela designação para comissária europeia, mas considerou que, mais do que nomes, o que interessa discutir é “qual vai ser a política” seguida.

“Desejamos o melhor mandato possível a Elisa Ferreira, mas estamos preocupados é com a política da Comissão Europeia mais do que saber o nome dos comissários. Eu lembro que o Partido Socialista tem feito um compromisso de uma Comissão Europeia dirigida pela direita europeia, a mesma direita que impôs as políticas de austeridade ao longo dos anos”, referiu Catarina Martins.

A líder bloquista falava aos jornalistas durante uma arruada nas Festas de Corroios, no Seixal, no distrito de Setúbal, onde defendeu que o que interessa discutir é “qual vai ser a política europeia”.

“Nós lembramo-nos bem do que foi ter um português presidente da Comissão Europeia na altura da crise financeira internacional e como isso foi desastroso para o nosso país. E estou a falar de Durão Barroso. Toda a gente se lembra que, aliás, hoje está a trabalhar para a finança internacional depois de ter posto a crise financeira às costas dos salários, das pensões e dos serviços públicos dos vários países europeus”, frisou.

Por este motivo, na visão de Catarina Martins é necessária “uma grande mudança” que tenha em conta os exemplos positivos, como é o caso de Portugal.

“Por ter investido um pouco mais nas pessoas, recuperado salários e pensões, conseguiu ter bons sinais da economia, tirar lições disso mesmo e compreender que a Europa deve preocupar-se mais com as condições concretas dos seus povos, com investimento nos serviços públicos, com recuperação dos salários e pensões e deixar de despejar milhares de milhões de euros num sistema financeiro que continua sem regras”, sublinhou.

Marcelo felicitou escolha de Elisa Ferreira

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou pessoalmente Elisa Ferreira pela sua indicação pelo Governo português para integrar a Comissão Europeia. “O Presidente da República felicitou pessoalmente a Professora Doutora Elisa Ferreira, pela sua designação pelo Governo português como Membro da Comissão Europeia para o mandato 2019-2024”, lê-se numa mensagem divulgada na página da Internet do Palácio de Belém.

A escolha de Elisa Ferreira para comissária europeia foi acordada entre a nova presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro português. Os dois definiram ainda a pasta que será atribuída a Portugal, a qual deverá ser oficialmente anunciada pela presidente da CE.

A posse da nova comissão deverá ocorrer no final de outubro, momento em que Elisa Ferreira substituirá Carlos Moedas que é comissário da Investigação, Ciência e Inovação, desde 2014, por proposta do Governo do PSD e do CDS, liderado por Pedro Passos Coelho. Na próxima quinta-feira, o atual comissário e a sua sucessora reunir-se-ão com o primeiro-ministro em São Bento.

Elisa Ferreira foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, e ocupa, desde setembro de 2017, o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal

A candidatura de Elisa Ferreira foi uma escolha de Costa quando Ursula von der Leyen tornou público o critério de formação de uma Comissão Europeia paritária, com o pedido a cada Estado para que apresentasse como candidatos aos cargos de comissário uma mulher e um homem. A distribuição de cargos no novo mandato europeu iniciou-se depois de ter sido eleita a candidata do PPE, Ursula von der Leyen, em detrimento do candidato da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, Frans Timmermans, que ocupa a primeira-vice presidência.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Esta fulana de nome Elisa Ferreira, sabe fazer contas? Uma grande, uma enorme admiração para mim, pois se ela nem para ministra do Ambiente serviu, fez de conta que não viu, obras de patos bravos e de presidentes de Câmara do seu partido que tomavam como seus os terrenos dos portugueses e fizeram o que bem lhes apeteceu com o beneplácito e anuência desta senhora. Fazer contas? Como???

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