///

António Costa escolhe Elisa Ferreira para Comissária Europeia

4

José Goulão / Wikimedia

Elisa Ferreira, cujo nome foi indicado pelo primeiro-ministro para comissária europeia, é licenciada em Economia, vice-governadora do Banco de Portugal desde setembro de 2017, foi eurodeputada e fez parte dos dois governos de António Guterres.

Licenciada em Economia pela Universidade do Porto em 1977, Elisa Ferreira tem um mestrado e um doutoramento pela Universidade de Reading, em Inglaterra, (1981 e 1985). Foi nomeada administradora do Banco de Portugal em junho de 2016 e no ano seguinte vice-governadora.

Elisa Ferreira foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002.

De acordo com uma biografia disponível na página da Internet do Banco de Portugal, foi também vice-presidente executiva da Associação Industrial Portuense (1992-1994) e vice-presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte (1989-1992), entidade que integrou em 1979. Entre 1989 e 1992, desempenhou funções de vogal do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Estatística.

Elisa Ferreira foi também deputada ao Parlamento Europeu (2004-2016) integrando ao longo de todo o período a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários, onde foi também coordenadora (porta-voz) do Grupo Parlamentar dos Socialistas e Democratas. No Parlamento Europeu, Elisa Ferreira foi relatora de várias propostas legislativas relacionadas com o sistema financeiro e com matérias de política económica, orçamental e fiscal.

Elisa Ferreira foi, entre outros, relatora da proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece regras e procedimentos uniformes para a resolução de instituições de crédito e de certas empresas de investimento no quadro do Mecanismo Único de Resolução e de um Fundo Único de Resolução Bancária (2014).

Outros relatórios sob a sua responsabilidade incidiram sobre Decisões Fiscais Antecipadas e outras medidas de natureza ou efeitos similares (2015) e sobre a gestão de crises transfronteiras no setor bancário (2010).

Elisa Ferreira foi também docente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Em 2005 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Em 2009 foi ainda candidata pelo Partido socialista à presidência da câmara do Porto.

Uma fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro disse esta terça-feira à agência Lusa que António Costa, escolheu a ex-ministra Elisa Ferreira para comissária europeia e já o comunicou à nova presidente da comissão. “O primeiro-ministro comunicou à presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o nome de Elisa Ferreira para integrar o colégio de Comissários da próxima Comissão Europeia”, afirmou à Lusa fonte oficial do gabinete de António Costa.

Segundo a mesma fonte, oportunamente a presidente eleita da Comissão Europeia comunicará a pasta atribuída à futura comissária portuguesa. Elisa Ferreira sucederá a Carlos Moedas, que foi comissário indicado pelo anterior governo PSD/CDPP.

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel já reagiu à escolha de Costa e, numa mensagem publicada no Twitter, desejou sorte a Elisa Ferreira, a “primeira mulher portuguesa, destacando que se trata de uma pessoa “experiente, competente e com rede europeia”.

BdP sem vice-governadora a um ano da sucessão

O Banco de Portugal vai ficar sem um dos elementos do seu conselho de administração. Elisa Ferreira, vice-governadora, segue para a Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen. Deixa um lugar vago no topo da supervisão bancária, mas, a concretizar-se esta sua nomeação, também sairá da lista de candidatos a suceder a Carlos Costa, cujo segundo mandato termina no próximo ano.

Em menos de um ano, recorda o Expresso, ficam três vagas para o Governo escolher no supervisor da banca. Mas nem todas precisam de ser preenchidas. Segundo a lei, Elisa Ferreira pode nem ser substituída. Mas, segundo a mesma lei, com a sua saída, as mulheres ficam sub-representadas.

Além do novo governador no próximo ano, termina o mandato de Hélder Rosalino como administrado. No conselho de administração estão ainda os administradores Luís Laginha de Sousa e Ana Paula Serra, nomeados em setembro de 2017, quando Elisa Ferreira e Máximo dos Santos subiram a vice-governadores.

Elisa Ferreira chegou ao BdP em junho de 2016 como administradora, mas já havia acordo entre Carlos Costa e António Costapara que subisse a vice-governadora, o que acabou por acontecer em setembro de 2017. Mas a ex-eurodeputada nunca deixou a lista de possíveis sucessoras de Carlos Costa.

No cargo desde julho de 2010, o mandato de Carlos Costa enquanto governador foi renovado em julho de 2015 pelo Governo de Passos Coelho, pelo que o segundo termina em julho de 2020. A saída de Elisa Ferreira para Bruxelas retira-a dos potenciais candidatos a número um do BdP, sendo que outro dos possíveis concorrentes nessa corrida é o seu colega vice-governador, Luís Máximo dos Santos.

O jornal Eco já chegou a colocar o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, e o atual ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, na corrida.

O jornal Público noticiou este domingo que a candidatura de Elisa Ferreira à pasta de Economia e Finanças estava dificultada pelo facto de Centeno ser também líder do Eurogrupo, organismo que junta os ministros das Finanças da Zona Euro, onde tem mandato até ao próximo ano. Não se sabe ainda que pasta irá Elisa Ferreira ocupar.

Carlos Moedas, escolhido na anterior composição europeia, ficou Investigação, Ciência e Inovação.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

4 Comments

  1. Então não foi escolhido o propagandista que foi ex-ministro ZERO das Infraestruturas ? Costa fartou-se de o gabar e agora deu-lhe um chuto ? Bem me parecia que o gajo era uma nulidade encoberta.

  2. O outro nem para servir á mesa serve, a Elisa espero que faça bom trabalho, senão correr com essa gente, mais na bicha é como o cartão de cidadão, é só tachos, somos uns micróbios na UE, nada fazemos mas ganhamos os 15 mil euros e as delocações e muito mais mordomias…NUNCA DEVERIAMOS TER ENTRADA NA UE…

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.