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Motoristas admitem assinar acordo semelhante ao dos outros sindicatos (e podem retirar pré-aviso de greve)

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Rodrigo Antunes / Lusa

Francisco São Bento admitiu a possibilidade de o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) assinar um acordo com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) semelhante àquele já assinado pelos restantes sindicatos.

Esta quinta-feira, em entrevista à RTP, no programa “Bom Dia Portugal”, o presidente do SNMMP justificou que esta é apenas uma informação que só pode “anunciar hoje quando tiver contactado com toda a gente” mas se “essa for a conclusão, talvez”.

Francisco São Bento admitiu também que o pré-aviso de greve para setembro pode ser retirado – “Se estiverem reunidas todas as condições para que se possa evitar a greve, por que não?” – e que, embora o tencionam fazer, “até à data” não houve contacto com a ANTRAM e que o processo está a ser conduzido pelo mediador.

“Temos feito esforços nesse sentido. Esses esforços estão a refletir-se”, disse referindo-se às aproximações de ambas as partes para fecharem um acordo, sendo que uma das barreiras que até então impediam o acordo está a ser derrubada. Francisco São Bento nega ainda que o sindicato tenha desistido dos pré-requisitos.

A Antram já tinha dito que queria o mesmo acordo para todos os motoristas, vincando até que não quer conceder ao SNMMP condições diferentes daquelas oferecidas a motoristas de outros sindicatos.

Apesar de ser legal fazer diferentes acordos com várias organizações sindicais, a Antram disse não pretender discriminações entre trabalhadores de diferentes sindicatos.

Na terça-feira, a reunião entre a Antram o SNMMP terminou sem acordo. A Antram acusou o sindicato de não estar disposto a chegar a acordo com os patrões, rejeitando a mediação do Governo no processo. Do lado dos motoristas, acusou-se a associação dos patrões de falta de disponibilidade para a negociação.

Já na quarta-feira, o sindicato entregou um pré-aviso de greve para setembro. A paralisação deverá começar no dia 7 de setembro e terminará no dia 22 – ou seja, durará até à véspera do início do período oficial de campanha para as legislativas.

Portugal deixou de estar em crise energética, devido à greve de motoristas de pesados, desde as 00h00 desta terça-feira, acabando os limites ao abastecimento de combustível.

O Governo aprovou na segunda-feira, em reunião eletrónica do Conselho de Ministros, o fim da crise energética declarada há 10 dias devido à greve de motoristas de pesados, a partir das 23h59 desse dia. No domingo, SNMMP decidiu desconvocar a greve, que se iniciou no dia 12.

A paralisação foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.

ZAP //

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