Cerca de doze horas depois de o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) ter anunciado, uma semana após o arranque, o final da greve, o primeiro-ministro anunciou que o estado de crise energética acaba ao primeiro minuto desta terça-feira e que os postos REPA terminam já esta segunda às 10h.
António Costa chegou esta segunda-feira às 8h00 em ponto às instalações da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) para “avaliar as condições para declarar fim da crise energética e convocar o Conselho de Ministros eletrónico para o efeito”.
O primeiro-ministro anunciou esta segunda-feira que os consumidores podem adquirir até 25 litros de combustível, mais dez do que durante o período de greve, e que a situação de crise energética termina à meia-noite.
O chefe do Governo adiantou que os condicionamentos na Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA) terminam às 10h00 desta manhã. As medidas serão aprovadas num Conselho de Ministros eletrónico a realizar esta segunda-feira.
Para esta terça-feira, dia 20, está marcada uma reunião entre o SNMMP e a ANTRAM (Associação Nacional dos Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias). Francisco São Bento, presidente do SNMMP, já avisou que, apesar de ter sido cancelada, a greve poderá voltar a ser convocada “às horas extraordinárias, fins de semana e feriados” se a ANTRAM “demonstrar uma postura intransigente na reunião”.
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) anunciou no domingo que decidiu desconvocar a greve. A decisão anunciada pelo presidente do SNMMP, Francisco São Bento, foi tomada durante um plenário de trabalhadores do sindicato, que decorreu esta tarde em Aveiras de Cima e que durou cerca de três horas.
Francisco São Bento adiantou que uma nova greve pode vir a ser convocada, caso a Antram “demonstre uma postura intransigente na reunião do próximo dia 20 de agosto”.
A paralisação, que começou na segunda-feira, dia 12, foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.
O primeiro-ministro, António Costa, saudou a desconvocação da greve, formulou votos de sucesso para o diálogo entre sindicato e associação patronal Antram e congratulou-se com o “elevado civismo” dos portugueses durante a paralisação.
O chefe do Governo agradeceu ainda às Forças Armadas, às forças de segurança e aos agentes de proteção civil “o contributo inestimável que deram para minimizar os impactos da greve na vida dos portugueses, no funcionamento dos serviços essenciais e na economia, para o que foi decisivo o rigoroso planeamento e avaliação por parte da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis.
Costa deixou ainda “uma palavra de reconhecimento a todos os colegas de Governo pelo seu permanente empenho, sempre articulado e elevado espírito de equipa”.
Com a devida ressalva por aquele que é um direito constitucional inalienável, parece que saiu o tiro pela culatra aos grevistas. Em Abril resultou porque o país e o governo foram apanhados de surpresa. Desta vez, como o país e o governo se prepararam, os efeitos tardavam em chegar e acabaram por ter de desistir.
Nota para o governo: foram fortes com um sindicato que não tinha o escudo das máquinas da CGTP, PCP e BE. Espero que consigam a mesma proeza e tenham a mesma força quando as greves forem nos transportes, na saúde e na educação que como todos sabemos são feudos da CGTP, PCP e BE.