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Epstein assinou testamento dois dias antes de se suicidar. Indemnizações às vítimas em risco

Magnata norte-americano Jeffrey Epstein

Apenas dois dias antes de se suicidar na prisão, Jeffrey Epstein assinou um testamento no qual pôs toda a sua fortuna num fundo privado e definiu o seu irmão como herdeiro.

Jeffrey Epstein, o milionário norte-americano acusado de criar uma rede para abusar de menores nas suas mansões, foi encontrado morto dia 10 de agosto na cela da prisão onde estava detido. Agora, sabe-se que apenas dois dias antes, o multimilionário americano tinha assinado um testamento que colocava o seu irmão, Mark Epstein, como o único herdeiro.

Ao que o New York Post apurou, a fortuna avaliada em cerca de 578 milhões de dólares, foi colocada num fundo privado nas Ilhas Virgens, a residência oficial de Epstein. Em dinheiro, conta com 56 milhões de dólares pessoais e 122 milhões em capitais de empresas em que investiu.

No entanto, grande parte da sua fortuna provém do seu património. Em carros, barcos e aviões, Epstein tinha o equivalente a 18 milhões de dólares. Além disso, uma mansão em Nova Iorque, um rancho no Novo México, uma casa em Palm Beach, uma propriedade em Paris e duas ilhas constituíam um valor patrimonial avaliado em 179,6 milhões de dólares.

Com a sua morte e o seu recente testamento, as indemnizações às vítimas de abuso sexual estão agora em risco. A Bloomberg explica que a criação do fundo pode colocar entraves ao pagamento de possíveis indemnizações às vítimas de que o multimilionário foi acusado de abusar.

Citado pelo Observador, um advogado especialista em património explicou à Bloomberg que Epstein pode não ter tido tempo suficiente para completar os procedimentos legais para transferir todo o dinheiro para o fundo privado antes da sua morte. Se for este o caso, são boas notícias para as vítimas.

“Seria difícil transferir tudo tão rapidamente. Se ele não transferiu os ativos para o fundo antes de morrer, então as vítimas podem simplesmente ir atrás dos executores do património. Aí, não interessa para quem vai o património”, explicou ao site americano.

Diretor dos serviços prisionais demitido

Esta segunda-feira, o diretor dos serviços prisionais dos Estados Unidos, Hugh Hurwitz, foi demitido após a polémica com o suicídio de Epstein. O procurador-geral dos EUA, William Barr, nomeou Kathleen Hawk Sawyer para a liderança do organismo, dando ainda um cargo de adjunto no departamento dos programas de reinserção social a Hurwitz.

“Estamos agora a começar a entender a extensão das irregularidades nesta cadeia e são muito preocupantes. Por isso, merecem uma atenta investigação”, disse Barr. O procurador-geral confessou-se mesmo “chocado” com as condições da prisão.

Jeffrey Epstein já se tinha tentado suicidar no fim de julho, quando mais uma queixa contra si, de violação de uma rapariga de 15 anos, chegou às autoridades e ainda não é claro por que razões foi retirado da ronda mais apertada de vigilância, a chamada “suicide watch”.

Depois do suicídio de Epstein, também o diretor da prisão, Lamine N’Diaye, foi transferido para uma delegação regional dos serviços prisionais.

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