Os recentes tiroteios nos Estados Unidos, levaram os americanos a não tomar meias medidas e há já quem compre mochilas à prova de bala para os seus filhos.
Em menos de 24 horas, dois tiroteios mataram mais de 30 pessoas. El Paso e Dayton estão ainda em luto pelas mortes, mas há já quem se vá precavendo no risco de um destes massacres bater à porta da sua cidade. Nos Estados Unidos, a venda de mochilas à prova de bala tem aumentado drasticamente.
As mochilas não são nenhuma inovação e já existiam anteriormente, mas com quatro tiroteios no espaço de uma semana, a sua popularidade cresceu de vento em poupa. A Guard Dog Security é uma empresa que produz estas mochilas que, num panorama de terror, tornam-se um item procurado na lista de compras do regresso às aulas.
Roman Zrazhevskiy é dono de uma empresa de kits de sobrevivência e, citado pelo jornal Público, diz que a sua “referência é de 100 unidades por mês”, mas que já venderam 300 últimos dias. Também a Bullet Blocker, outra empresa que produz estas mochilas, diz que duplicou as vendas nos últimos anos.
As mochilas são discretas e parecem-se com uma típica mochila escolar, mas são um pouco mais pesadas. A ArmorMe, outra das empresas, recomenda os pais a ensaiar cenários de tiroteio em casa com as crianças, de forma a prepará-las.
As mochilas são usadas como escudo, mas William Bratton, um antigo comissário do Departamento de Polícia de Nova Iorque, alega que não protegem contra o calibre da maioria das armas usadas tipicamente em tiroteios.
A senadora democrata Kamala Harris também se mostrou contra a compra destas mochilas. Numa publicação feita no Twitter, a procuradora-geral da Califórnia diz que esta situação “não é normal” e que “os pais não deviam ter de comprar mochilas à prova de bala para manter os filhos seguros na escola”.
“Estamos a pedir às crianças para enfrentarem atacantes porque os políticos têm demasiado medo de se opor ao lobby das armas”, disse, por seu turno, Shannon Watts, fundadora da organização Moms Demand Action for Gun Sense in America, citada pelo Público.
Isto é histeria. Apesar destes casos serem obviamente dramáticos e horríveis, são estatísticamente muito raros. Cerca de 100-120 mortos todos os anos em tiroteios em massa, num país de quase 330 milhões.
Por comparação, morreram 36750 pessoas em acidentes de viação nos EUA em 2018. Outros tantos todos os anos com gripe. 3500 mortos por ano por afogamento.