O presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, garantiu esta quarta-feira que “praticamente a generalidade” dos clientes do banco “não vai pagar” as transferências na aplicação móvel MB Way.
De todos os clientes do banco, “praticamente a generalidade não vai pagar”, disse o presidente executivo do Santander em Portugal durante a apresentação de resultados do semestre (lucros de 275,9 milhões de euros), acrescentando que “a exceção da exceção da exceção” apenas vai pagar depois da terceira transferência efetuada.
O Santander vai começar a cobrar transferências no MBWay a partir de 10 de setembro, à exceção de cartões para jovens, cobrando ainda algumas destas transferências acima de 50 euros na sua aplicação
De acordo com o preçário no site do Santander, na aplicação MBWay estão isentos de taxas os cartões Stream, Maestro Jovem, #U e #GlobalU, passando as transações cobradas com outros cartões a ser taxadas a 90 cêntimos cada, a que acresce o imposto de selo de 4% (total de 93,6 cêntimos).
Já através da aplicação do próprio banco (app Santander), a isenção aplicada aos cartões no MBWay mantém-se, acrescentando-se o cartão Mundo 123.
Quanto a transferências feitas por outros cartões na aplicação do banco, estarão isentas “até três transferências por mês de montante igual ou superior a 50 euros”, passando a ser taxadas em 45 cêntimos à quarta transferência, à qual acresce o imposto de selo de 4% (total de 46,8 cêntimos). Já transferências superiores a 50 euros serão sempre taxadas em 45 cêntimos, mais 4% do imposto do selo (total de 46,8 cêntimos).
“Eu falo com jovens […] e fica a perceção que todos os clientes do Santander vão pagar”, partilhou Pedro Castro e Almeida, algo que considera não ser correto, já que “os grandes utilizadores do MB Way são jovens”, e os que têm contas jovem no banco “não vão pagar MB Way seja na app do Santander seja fora da app”.
O presidente executivo do banco disse ainda que a “grande quantidade de vezes em que um cliente utiliza o MB Way e antes disso vai à app do banco”, por exemplo para consultar saldos, faz com que até ao final do ano o banco queira que os utilizadores possam “migrar para dentro” da aplicação do banco.
A Deco considera que o Banco de Portugal não pode lavar as mãos e tem de ter uma posição firme sobre as comissões do serviço de pagamentos MBWay, defendendo os mesmos limites de comissões cobradas aos comerciantes.
“Voltamos a reivindicar, junto do Banco de Portugal, que emita uma recomendação através da qual o regulador assuma a sua inequívoca posição sobre o comissionamento bancário, em particular no que respeita às transferências realizadas por MB Way, dadas as suas especificidades e limitações (inclusive de valor)”, lê-se na posição divulgada pela associação de defesa do consumidor.
// Lusa