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Cristas propõe abrir travessia fluvial do Tejo aos privados

Mário Cruz / Lusa

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas

A líder do CDS-PP defendeu a abertura à concorrência dos privados da travessia fluvial do Tejo como uma das respostas possíveis aos problemas das contínuas greves que afetam os utentes deste serviço.

Numa entrevista à TVI, Assunção Cristas sublinhou que o Governo do PS enfrentou mais greves nos transportes do que o Executivo anterior, a que pertenceu, e explicou que uma das soluções propostas pelos centristas é “abrir à concorrência a travessia do Tejo“.

Mantendo “o investimento” e o serviço já existente, da Transtejo/Soflusa, a presidente do CDS-PP afirmou que “se os privados entenderem que interessa virem trabalhar e fazer essa travessia, devem poder fazê-lo”.

“A concorrência… eu acho que é benéfica“, afirmou Cristas, que é também vereadora do partido na Câmara de Lisboa, dando o exemplo da TAP e das empresas que também operam no setor dos transportes.

A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por fazer a ligação entre o Barreiro e Lisboa, sendo ambas geridas pelo mesmo conselho de administração.

Entrevistada por Miguel Sousa Tavares e Pedro Pinto, a líder do CDS abordou ainda a entrega do pré-aviso de greve pelos motoristas de matérias perigosas, considerando que, se fosse primeira-ministra, teria falado seriamente com os sindicatos.

“O que me incomoda é saber que há um setor que de repente surpreende todo o país e parece que ninguém deu por eles. E eu acho que isto é incapacidade do Governo”.

A centrista recordou que Portugal tem, neste momento, “a maior carga fiscal de sempre”,  que “também afeta a área dos combustíveis”, e, no caso dos camionistas, “toma outra proporção, porque eles mostraram que conseguem parar o país“.

Quanto ao momento político em que o CDS decidiu apoiar a luta dos professores, alinhando-se ao PCP, ao BE e ao PSD, Cristas admitiu que a decisão “baralhou os portugueses” e assumiu a responsabilidade, dizendo que o partido foi “incapaz de explicar qual era a proposta”.

A nossa proposta era simples, desde o princípio dissemos que queríamos ter a avaliação dos professores, que queríamos ter a revisão da carreira docente, a revisão das regras de aposentação, e que, portanto, até estaríamos disponíveis para considerar o tempo com tudo isto a ser negociado”.

Sobre a descida de impostos, uma das propostas do CDS-PP para as legislativas é descer o IRC para os 17%, uma vez que essa medida daria margem às empresas de crescer e criar mais postos de trabalho, e uma redução média de 15% do IRS para as famílias, sendo que a folga orçamental deveria ser distribuída entre 40% para pagar a dívida e 60% para baixar os impostos.

Cristas mostrou-se indiferente às sondagens que têm revelado um mau resultado eleitoral para o partido. “No CDS estamos habituados a lidar com sondagens que não nos são favoráveis, foi assim em toda a nossa história e isso não nos impede de trabalhar, obviamente com preocupação, mas com sentido de que está tudo à nossa frente”.

ZAP // Lusa

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