Número de enfermeiros no Algarve está ao nível de países “terceiro-mundistas”

Segundo a Ordem dos enfermeiros, o número destes profissionais de saúde no Algarve está ao nível de países “terceiro-mundistas”.

A média de enfermeiros por cada mil habitantes no Algarve coloca a região ao nível dos países do terceiro mundo, sendo necessário contratar mais 2.600 profissionais, alertou este sábado o presidente da zona sul da Ordem dos Enfermeiros.

“No Algarve, a média é de quatro enfermeiros por cada mil habitantes, um número muito reduzido se comparado com a referência da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – que é de nove por cada mil”, disse aos jornalistas, em Faro, o presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros.

Segundo Sérgio Branco, se forem contabilizados os profissionais afetos a funções de gestão, docência ou assessoria, “a média reduz-se para três enfermeiros por cada mil habitantes, o que coloca a região, não na cauda da Europa, mas a par do que são os países terceiro-mundistas”.

Num balanço efetuado no final de uma visita de cinco dias aos hospitais e várias unidades de saúde da região do Algarve, aquele responsável disse ter encontrado “uma falta crónicas de enfermeiros e situações que lesam as populações”, defendendo a necessidade de contratação de mais 2.600 profissionais para atingir as metas da OCDE.

A comitiva da ordem profissional dos enfermeiros visitou a região, num altura em que a população triplica e “onde não houve reforço de nem mais um enfermeiro, medida que poderia colmatar as necessidade de assistência à população que já de si são deficientes”.

Para o responsável da Ordem foi fácil encontrar consequências negativas nos serviços, onde enfermeiros afetos a viaturas de Suporte Imediato de Vida (SIV) auxiliam os serviços de Urgência Básica onde estão sedeadas essas viaturas, e que ao toque de alerta são confrontados com o dilema de “optar por qual dos doentes vão abandonar, limitando o auxílio aos utentes e atrasando a resposta em matéria de socorro”.

As populações mais carenciadas e isoladas da região são também das mais afetadas, já que quando o único enfermeiro vai de férias, ficam sem cuidados ou esses passam a fazer-se uma vez por semana. O mesmo se passa quando um profissional se reforma”, concluiu.

O roteiro pelo distrito de Faro faz parte do plano de atividades da Ordem e coincidiu com as greve dos enfermeiros, prosseguindo para os distritos de Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre, Beja e Évora.

ZAP // Lusa

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