O célebre ilustrador e cartoonista argentino Guillermo Mordillo morreu aos 86 anos na ilha de Maiorca, em Espanha, avança a agência de notícias Efe, cuja notícia foi confirmada por fontes próximas da família.
O também humorista, que continuava no ativo, morreu no sábado à noite na sequência de uma indisposição enquanto jantava com a família num restaurante na cidade de Palma Nova.
Filho de espanhóis, Mordillo nasceu em Villa Pueyrredón, na Argentina, a 4 de agosto de 1932. O pai era eletricista e a mãe empregada. Aos 13 anos decidiu dedicar-se ao cartoon e ingressou na Escola de Jornalismo. Aos 23 anos mudou-se para Lima, Perú, onde trabalhou numa agência de publicidade.
Passados cinco anos, num perfil traçado pelo Clarín, mudou-se para Nova Iorque onde foi contratado pela Paramount. O estúdio passava na altura por uma crise económica, já que produzia um tipo de animação em que as personagens só moviam as expressões do rosto e dos braços.
Mas Mordillo queria fazer animação mais completa e rumou a Paris. Durante três anos ganhou a vida a fazer cartões de saudação, mas rapidamente começou a fazer humor na imprensa. Como não dominava o francês, as suas personagens eram mudas. Décadas mais tarde disse numa entrevista: Falo cinco idiomas, mas o que melhor falo é o do desenho, que é universal”.
As suas ilustrações na afamada revista Paris Match foram o gatilho para uma carreira internacional. As suas vinhetas foram reproduzidas pela revista alemã Stern e dali publicadas em todo o mundo.
Já consagrado repartiu a sua vida entre Paris e Maiorca. Estava casado com Amparo Camarasa e tinhas dois filhos, Sebastién e Cécile. Na Argentina, foi galardoado com o prémio Konex em 1992 com a medalha de ouro da Associação de Cartoonistas Argentinos.
Ao longo de sua carreira, fez apenas três exposições: uma em Paris no final dos anos 60, outra em Barcelona e a última em Palma de Maiorca, em novembro de 1989, cujos fundos foram destinados ao tratamento de crianças autistas.
Nunca soubemos o que ele mordeu e a quem.