A potente erupção de 22 de junho do vulcão Raikoke destruiu todas as formas de vida da ilha em que se encontra – que está inabitada.
O vulcão Raikoke fica nas Ilhas Kuril, um arquipélago de picos vulcânicos que fica entre a península de Kamchatka, na Rússia, e a ilha de Hokkaido, no Japão. Em 22 de junho, aproximadamente às 4h00, horário local, a Raikoke explodiu pela primeira vez desde 1924
De acordo com Alexéi Ózerov, diretor do Instituto de Vulcanologia e Sismologia da Rússia, uma densa coluna de cinzas ergueu-se sobre a cratera do vulcão a uma altitude de 11 quilómetros e essa nuvem estendeu-se por mais de 450 quilómetros. Além disso, nas encostas do vulcão desceram fluxos piroclásticos com temperaturas entre 800 e 1.000ºC.
Como resultado, disse Ozerov ao Kam 24, “a ilha tornou-se num deserto sem vida em questão de horas”. “Toda a vida na ilha, onde antes havia abundância de flora e fauna, incluindo uma colónia de leões marinhos de Steller, foi destruída”, acrescentou.
O especialista explicou que a fase paroxística da erupção terminou e não é esperada nenhuma atividade no futuro próximo. No entanto, os cientistas acreditam que, embora as suas erupções não sejam frequentes, o vulcão deve estar sob constante observação.
Ózerov estima que “os eventos em Raikoke foram extremamente perigosos para a aviação, bem como para os navios do mar” que poderiam estar na área devido à queda de cinzas ou pelos fluxos piroclásticos que se movem ao longo da superfície da água a uma distância de vários quilómetros.
A erupção foi tão poderosa que foi vista do Espaço. De acordo com a NASA, um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) capturou a vista. Como a foto da ISS foi tirada não diretamente acima do vulcão, a impressionante altura, circunferência e estrutura da pluma de cinzas é visível, assim como a sombra projetada pela pluma sobre a cobertura de nuvens abaixo.
Raikoke é um estratovulcão, o que significa que as suas encostas são construídas a partir de numerosas camadas de lava endurecida e cinzas. Alcança 551 metros acima do nível do mar e, antes da explosão de Raikoke em 1924, a última atividade registrda do vulcão foi em 1778, de acordo com o Programa Global de Vulcanismo do Museu Nacional de História Natural.