De olhos postos nas legislativas de outubro, o Partido Socialista pediu os portugueses uma “maioria expressiva”, uma “grande votação”, mas sem nunca mencionar o termo absoluta. O líder parlamentar do PS focou-se nos parceiros de esquerda, ao passo que o secretário-geral dos socialistas se debruçou à direita.
Carlos César considerou fundamental uma vitória com “maioria expressiva” nas eleições legislativas para evitar bloqueios e inércias e reivindicou para o PS, não para o PCP ou Bloco, a responsabilidade pelos resultados na economia.
O líder parlamentar do PS falava discurso de abertura do último dia de Jornadas Parlamentares do PS, em Viseu, num discurso em que nunca assumiu a meta de uma maioria absoluta, mas em que procurou salientar duas ideias: O seu partido “aprendeu com os erros do passado” e precisa agora de obter uma “maioria expressiva” nas próximas eleições legislativas para “evitar bloqueios” e libertar-se de “inércias”.
O líder da bancada do PS começou por reconhecer que o atual Governo só cumpriu a legislatura graças ao apoio dos seus parceiros de esquerda no parlamento, o PCP, o Bloco de Esquerda e o PEV, mas retirou a estes partidos qualquer responsabilidade ao nível dos resultados da economia, especialmente em matérias de aumento do investimento, redução acentuada do défice e do desemprego, e melhoria da credibilidade internacional do país.
“Se é verdade que tivemos a ajuda da maioria parlamentar do PEV, do BE e do PCP para cimentar a recuperação social, tivemos por outro lado a difícil e bem sucedida missão de recuperar a confiança, de recuperar a economia, de equilibrar as finanças públicas, não permitindo aventuras orçamentais que nos levariam ao colapso e à desconfiança internacional”, sustentou, puxando os louros da economia para o PS.
E acrescentou: ” Passámos a crescer mais do que a maioria dos Estados-membros da zona euro e da União Europeia, gerámos centenas de milhares de empregos em Portugal – e isso não aconteceu por os empresários ou os investidores nacionais ou estrangeiros se terem encantado com o Governo anterior [PSD/CDS-PP de Passos Coelho], ou se terem enamorado pelos comunistas ou esquerda do Bloco”, apontou Carlos César.
De acordo com Carlos César, esse percurso do país “deveu-se a políticas no centro das quais esteve e está o PS sob a liderança de António Costa e deveu-se à garantia do que representa o PS na condução de políticas amigas da economia”.
“Contámos com a ajuda de outros partidos, mas o PS precisa de contar mais, precisa deter mais força para prosseguir este caminho sem bloqueios, sem constantes dificuldades, sem inércias. Para isso, precisamos de uma grande votação, de uma grande manifestação de confiança dos portugueses nas próximas eleições”, declarou o presidente do Grupo Parlamentar do PS, antes de se referir de forma indireta ao período dos executivos de José Sócrates. Segundo Carlos César, o PS “aprendeu com o passado – e a maior parte dos portugueses já não tem dúvidas sobre isso”.
Costa deixa elogios (tímidos) à coligação
“Valeu a pena”, disse, por sua vez, o secretário-geral do PS sobre o acordo conseguido à esquerda nesta legislatura, antes de auto-elogiar o seu partido.
“O país desejava mudar e foi possível no quadro parlamentar encontrar uma solução política alternativa. Valeu a pena. Ao contrário do que diziam, demonstrou-se que era possível estabilidade e possível cumprir com todos os nossos compromissos, instituições europeias e com os nossos parceiros com o PEV, PCP e BE”, apontou, na única referência que fez nas jornadas aos seus parceiros.
Assumindo ainda que “há muitos problemas para resolver no país”, Costa disse ter noção que o país não vive “num mar de rosas” e, por esse mesmo motivo é que o PS definiu uma “agenda para uma década”. “Só com estabilidade nas políticas podemos resolver os problemas estruturais. Os problemas não nos surpreendem, é necessário prosseguir as políticas. Queremos continuar e estamos prontos a continuar”, assegurou.
Depois dos parceiros de esquerda, foi a vez da direita. António Costa recordou que “olhando para trás até parece que tudo era fácil”. Mas não é: há quatro anos, recordou, “muitos achavam que era impossível”. O secretário-geral socialista recordou ainda – uma vez mais sem nomear – o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que andava de “iPad na mão” a “demonstrar que o diabo vinha aí”.
“Não demos cabo das finanças do país, recuperámos as finanças do país”, vincou.
Farpa a Marcelo e nega a Rio
Houve ainda tempo para uma referência ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. António Costa recordou que houve um tempo em que o chefe de Estado não acreditava no Governo. “Não venham dizer que era fácil, alguns até achavam mesmo que era otimismo, e tão otimismo que era até irritante. Agora podemos deixar a irritação para os pessimistas”, disse, numa farpa direta ao Presidente da República, que chegou a apontar o “otimismo irritante” do primeiro-ministro.
Depois de Passos Coelho e Marcelo, também Rui Rio foi visado – outra vez sem que o seu nome fosse proferido. O líder do PSD tem acusado Costa de se limitar a “navegar à vista” e tem reclamado reformas estruturais, predispondo-se para as negociar com o PS – mas Costa afastou, para já, esse cenário.
“A direita está sempre a dizer que é fundamental fazer a ‘grande reforma da Segurança Social’, como se a grande reforma da Segurança Social não tivesse sido feita por um Governo do PS em 2006 e 2007“, começou por dizer.
Frisando: “Como sempre dissemos, aquilo que mais afetava a sustentabilidade da Segurança Social não era a necessidade nem de plafonar pensões nem de permitir ‘opting out’, nem fragilizar o sistema público da Segurança Social. O que é fundamental para dar sustentabilidade à Segurança Social é aumentar o emprego e melhorar os rendimentos”.
ZAP // Lusa
Os testas de ferro pedem ao povo que vote nos partidos.
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Claro!
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Eles governam para os partidos e não para o povo idiota que vai na cantiga deles e lhes legitima o fandango e forrobodó em que se transformou a democracia representativa.
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É representativa dos e para os partidos, mais as suas clientelas.
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Esta democracia representativa, já só é boa para os partidos represenatdos.
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E o povo?!
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Eles querem lá saber do povo para alguma coisa, para além da cruz de sto andré e para pagarem os impostos.
As maiorias absolutas só interessam aos próprios.
No caso do PS andam a ver para que lado isto cai, para escolherem o melhor encosto.
O povo que dê a maioria a está “família” e depois não se queixe quando as coisas começarem a correr para o torto. A justiça está uma bagunça, a saúde é uma vergonha, a segurança é dar força aos criminosos e condenar os policias, está na altura de levarem uma lição e dizermos BASTA.
APOIADO
«[O PS]precisa de ter mais força para prosseguir este caminho sem bloqueios, sem constantes dificuldades, sem inércias.» Esta afirmação de Carlos César denuncia todos os males de uma maioria absoluta e faz reaparecer as célebres forças de bloqueio de que se queixou Cavaco Silva durante o seu governo. Ora os bloqueios, as dificuldades e as inércias de que se queixa César são próprias de uma democracia em funcionamento e obrigam ao compromisso, ao diálogo, ao debate de ideias e ao tentar fazer melhor. Para um ditador não há bloqueios, dificuldades e inércias, pois faz tudo o que quer. Não há senso crítico. Não é assim em democracia e ainda bem.
Exactamente!
Será que há tantos cegos, que não vêem que este governo é um regabofe de taxos e arranjinhos familiares, e que a corrupção partidária contínua impune e cada vez mais incontrolável.
Porque será que todos os partidos não querem reduzir o número de deput(e)dos, será para defender o povo, como enchem a boca. Será por acaso que o maior partido é a abstenção, ou ainda não compreenderam ?
A dita assembleia de deput(e)dos, deveria estar representada pelo resultado das votações (vontade do povo), e não pelos arranjos partidários, onde são escolhidos os amigos que vão para a assembleia encher pneus, defender o interesse de meia dúzia de sociedades de advogados e o povo que se lixe.
Votar em partidos como existem em Portugal nunca mais, tivemos 48 anos sob uma ditadura e agora há 45 que nos encontramos piores do que estávamos. Infelizmente tivemos o azar de nascer em Portugal, e continuarmos a ter brandos costumes.
Já votei nestes tipos mas entretanto…., a saúde está como se sabe, os médicos de família estão limitados na prescrição de exames se não são penalizados, consultas de especialidade no público demoram meses ou anos, tendo o “pobinho” de ir ao privado, e ainda dizem que são a favor do público. Temos a maior carga fiscal de todos os tempos. A divida está sempre a aumentar. Aumentam quem lhes interessa, juizes e outros que tais. instalou-se o compadrio e a “familia”. temos os preços mais caros da Europa na electricidade, gás e combustiveis.
Fico espantado como estão à frente nas sondagens, povinho cego.
Para mim já chega.
Quando se referem ao governo anterior, deveriam ter a coragem de dizer que o mesmo governou de mãos atadas e tudo por culpa do estado em que o governo socialista de Sócrates deixou o país, oxalá tenham aprendido a lição de vez e não venham uma vez mais pois seria a quarta vez a deixarem-nos de rastos e porem o rabinho de fora como se nada seja com eles. Não estou aqui para defender partidos mas também não tolero tanta hipocrisia como se todos nós fossemos palermas ou simplesmente fanáticos partidários.
Este Dr. Costa, cujo êxito que tem na comunicação social resulta do facto de ser filho da D. Maria Antónia Palla acumula esta virtude com o facto de ter escolhido para Ministro das Finanças um especialista em cosmética.
Vai concerteza continuar no governo com uma minoria absoluta semelhante à que obteve nas eleições europeias que tiveram 88,92% de abstenções.
O que é que hoje em dia não conseguem as máfias da comunicação social?
88,92%?!
Onde foi isso?!
Dados CNE:
Não Votos 7.963.780
Brancos 140.954
Nulos 88.961
Total Não Votos 8.193.695 88,92%
PS 1.106.345 10,26%
PSD 727.207 6,74%
CDS 205.111 1,90%
BE 325.534 3,02%
PCP 228.157 2,12%
Outros 495.154 4,59%
10.786.049 100,00%
Como?!
Há 10.786.049 de eleitores em Portugal?!
Nem habitantes, quanto mais!….
Mas, mesmo assim, os resultados publicados em Diário da República são estes (e votaram 30,75% dos eleitores!):
% Nº Mandatos
Inscritos . . . . . . . . . . . . . 10 757 192
Votantes . . . . . . . . . . . . . . .3 307 644 30,75
Votos em branco. . . . . . . . . . . 140 644
Votos nulos. . . . . . . . . . . . . . . . 88 099
PCTP/MRPP . . . . . . . . . . . . . . . 27 211 0,88
PDR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 751 0,51
PAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .168 015 5,46 1
PS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 104 694 35,88 9
A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 652 2,00
PNR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 135 0,52
NC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 634 1,13
PTP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 412 0,27
PPD/PSD . . . . . . . . . . . . . . . . . 725 399 23,56 6
B. E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325 093 10,56 2
IL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 114 0,95
MAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 612 0,22
CDS-PP . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204 792 6,65 1
PURP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 508 0,44
BASTA! — PPM.PPV/CDC . . . . . . .49 388 1,60
LIVRE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 446 1,96
CDU — PCP -PEV. . . . . . . . . . . .228 045 7,41 2
cne.pt/sites/default/files/dl/2019_pe_mapa_resultados.pdf
Peço desculpa pelo erro e agradeço a correção efectuada com os resultado definitivos!
Ainda assim, surgem-me as sequintes dúvidas:
1- Não há 10 786 049 habitantes em Portugal como há 10 757 192 inscritos? Será com os angolanos, guineenses, moçambicanos, caboverdianos e timorenses que estão ao abrigo do estatuto de dupla nacionalidade ? Com os lusodescendentes dos USA, Brasil, Venezuela etc., tudo isso somado? Ou apenas porque os cadernos eleitorais não são actualizados há anos e consequentemente os dados da CNE não são fiáveis mesmo que publicados em Diário da República.
2 – A abstenção não foi de 88,9% conforme calculei com erros, mas foi de 71,4% e ainda assim os partidos não deixaram de ser uma minoria absoluta.