O Liverpool é o novo campeão europeu. Os “reds” conquistaram o seu sexto ceptro continental ao baterem o Tottenham por 2-0, na final deste sábado da Liga dos Campeões, disputada em Madrid.
Um golo madrugador de Mohamed Salah, de penálti, definiu um encontro mais fechado do que o esperado, com os homens de Merseyside a fecharem linhas e a tapar caminhos para a sua baliza.
Assim, poucos foram os lances de emoção, numa partida táctica que teve somente dois remates enquadrados durante 73 minutos. Divock Origi, perto do fim, acabou por sentenciar o desafio, que acabou decidido pela eficácia do Liverpool.
O Jogo explicado em Números
- Logo aos 25 segundos o árbitro assinalou grande penalidade, por braço de Sissoko na grande área, após tentativa de cruzamento de Sadio Mané. Na cobrança, Mohamed Salah converteu o castigo da marca de 11 metros com qualidade. Melhor começo para os “reds” era impossível, com um tento que se tornou no segundo mais rápido (1’48”) na História das finais da competição, atrás do de Paolo Maldini (0’50”) ante o Liverpool em 2005.
- O Tottenham foi obrigado a pegar no jogo logo cedo, em busca do empate, e à passagem do primeiro quarto-de-hora, dominava o encontro, com 64% de posse de bola, mas somente um remate e desenquadrado. O Liverpool recuou, apostando no passe longo, mas também só somava um disparo, o do golo.
- A meia-hora chegou com a sensação de que o golo madrugador influenciou negativamente o desenrolar do jogo. O Liverpool retraiu-se, a tentar jogar no erro do adversário; o Tottenham não mostrava imaginação para contrariar a ausência de espaços entre as linhas dos “reds” e os seus 63% de posse de bola não tinha utilidade prática. Aliás, os comandados de Jürgen Klopp continuavam mais perigosos, com quatro remates contra um. Porém apenas 65% de eficácia de passe.
- E pouco mudou no quarto-de-hora seguinte. Os “spurs” com bola, os “reds” a rematar e a causar perigo e um Salah sempre perigoso, dono de cinco remates ao intervalo (um enquadrado, o do golo) quando mais nenhum outro jogador tinha mais do que uma tentativa.
- Primeira parte fraca em Madrid, quando se esperava uma final emocionante entre duas equipas inglesas com tendência para garantirem bons espectáculos.
- O Liverpool marcou muito cedo e recuou, o Tottenham não teve arte nem engenho para abrir a defesa contrária, pelo que a partida teve só dois remates enquadrados, ambos para os “reds”, que registaram ainda oito dos dez disparos da primeira parte.
- Os “spurs” dominavam, mas perigo nem vê-lo. O melhor em campo nesta fase era Jordan Henderson, com um GoalPoint Rating de 6.2, com um passe para finalização, seis recuperações de posse e quatro acções defensivas.
- A segunda metade começou com mais emoção e com algum perigo junto das duas balizas. O jogo ganhou intensidade e espaços, com o Tottenham a realizar três remates e o Liverpool dois, embora nenhum enquadrado. Nesta fase, os “reds” somavam somente duas acções com bola na área contrária desde o descanso.
- Aos 69 minutos, James Milner esteve a centímetros de facturar, numa fase em que o Liverpool apenas mostrava superioridade nos duelos individuais. A bola continuava a ser dos “spurs”, embora os sintomas ofensivos fossem os mesmos.
- O primeiro remate enquadrado do Tottenham aconteceu apenas aos 73 minutos, por Dele Alli, numa altura em que os londrinos surgiam mais ameaçadores, valendo a atenção do guarda-redes Alisson na baliza dos de Merseyside.
- Mas o golo aconteceria do outro lado. Aos 87 minutos, a bola chegou a Divock Origi na esquerda da grande área dos “spurs”, após um toque subtil de Matip, e o belga – herói da segunda mão das meias-finais ante o Barcelona – atirou cruzado e rasteiro para o 2-0. Um tento ao 14º remate do Liverpool na partida, terceiro enquadrado. Estava encontrado o novo campeão europeu.
O Homem do Jogo
O golo logo a abrir poderia antever um jogo tranquilo para o Liverpool. Mas o facto é que, em especial no segundo tempo, o Tottenham foi perigoso, dominando a partida em termos de posse de bola e remates – nada menos que 14, oito deles enquadrados após o descanso.
O guarda-redes dos “reds”, Alisson, acabou, assim, por ser decisivo e a grande figura do jogo, pela excelente exibição que realizou a partir dos 73 minutos, altura em que os “spurs” enquadraram o seu primeiro disparo. Até final o brasileiro somou oito defesas, quatro a remates na sua grande área, três seguras, e ainda registou uma saída a soco, pelo que terminou com um GoalPoint Rating de 7.9.
Jogadores em foco
- Danny Rose 6.9 – O lateral-esquerdo foi o melhor do Tottenham nesta final, em especial pelo que fez nos momentos ofensivos. O internacional inglês fez dois remates, um enquadrado, três passes para finalização, teve eficácia em 35 de 40 passes e completou as quatro tentativas de drible.
- Jordan Henderson 6.5 – Num jogo em que a tarefa do meio-campo dos “reds” foi fundamental, na pressão e no encurtar dos espaços entre linhas, o capitão foi um dos seus esteios. Com dois remates, ambos de fora da área, Henderson fez ainda um passe para finalização, recuperou seis vezes a posse de bola e somou sete acções defensivas, com destaque para três desarmes.
- Joël Matip 6.3 – Mais um dos “heróis” da resistência defensiva do Liverpool. Matip não facilitou um segundo, terminando com 15 acções defensivas, tendo 14 delas sido alívios (!), e ganhou dois de três duelos aéreos defensivos. Na frente foi fundamental no segundo golo, ao realizar a assistência para a conclusão de Origi.
- Dele Alli 5.8 – Um dos mais inconformados do Tottenham, autor do primeiro remate enquadrado dos londrinos, na segunda parte. Para além disso, o internacional inglês somou três passes para finalização.
- Mohamed Salah 5.3 – Este não foi um dos melhores jogos de Salah, mas o egípcio deixou a sua marca na partida. Para começar fez o 1-0, de penálti, logo a abrir, e acabou o jogo como o mais rematador em campo, com seis disparos, três de fora da área, somente um enquadrado. Extraordinariamente, não tentou qualquer drible.
Resumo
// GoalPoint