A SIC não pagou qualquer valor pelo empréstimo de meios da Protecção Civil para as filmagens de uma novela que está a ser produzida pelo canal. A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) refere que só teve que pagar o combustível.
A utilização de meios da Protecção Civil para a recriação dos incêndios de Outubro de 2017 em Leiria, para uma novela da SIC, está a gerar polémica. E o jornal Público avança agora que os gastos com combustível foram suportados pela Protecção Civil.
O diário assegura que nada foi cobrado pelo empréstimo de meios da Protecção Civil e que a ANEPC suportou “apenas o custo com o combustível associado à deslocalização dos meios”, conforme fonte da entidade. “Não houve qualquer pagamento à ANEPC“, disse ainda a mesma entidade ao jornal.
A ANEPC garantiu que os meios mobilizados para as filmagens eram de reserva e que, portanto, não foram retirados da resposta operacional, não estando assim em causa o socorro à população.
Segundo o Jornal de Notícias, que começou por adiantar a informação da participação na novela, todas as corporações de bombeiros de Leiria, bem como o INEM, os militares do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR, os “canarinhos” da Força Especial de Bombeiros (FEB) e o SIRESP receberam ordens para rumarem às filmagens.
Este forte contingente da Protecção Civil recriou para a novela da SIC os incêndios de Outubro de 2017 que provocaram a destruição quase total do Pinhal de Leiria e a morte de 49 pessoas.
A ANEPC garante, em comunicado, que “em caso de accionamento de algum tipo de alerta preventivo, ou em caso de ocorrência real, os meios seriam obviamente desmobilizados e a participação em causa automaticamente cancelada, pressupostos estes acordados previamente com a produtora”.
Por outro lado, a ANEPC assegura que a avaliação da participação dos meios da Protecção Civil na novela “foi feita exclusivamente com base no interesse informativo, da construção de mensagens de informação pública, que, no conjunto, poderão trazer um ganho expressivo no que respeita à sensibilização do público em geral para a matéria dos incêndios florestais”.
O Público adianta ainda que a GNR, que participou na novela com uma viatura ligeira e quatro militares do GIPS, o fez “em regime de serviço remunerado”. A força policial também assegura que “em nenhum momento, esteve em causa o cumprimento da missão da Guarda ou a salvaguarda das populações”.
ZAP // Lusa