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Abandonado em bebé no aeroporto de Gatwick, Steve encontrou a família 33 anos depois

Um bebé foi abandonado no chão de uma casa de banho do aeroporto de Gatwick a 10 de abril de 1986. Foi quando Beryl Wright encontrou o recém-nascido que começou o mistério que só se resolveria 33 anos depois.

Steve Hydes estava vestido com dois fatos de bebé e enrolado num cobertor quando foi descoberto. Tinha apenas dez dias de vida. A imprensa apelidou-o de “Gary Gatwick” em honra da mascote do aeroporto e passou vários anos a pedir que a família se chegasse à frente. Contudo, apesar da cobertura mediática, nenhuma pista que pudesse ajudar a resolver o mistério apareceu.

Hydes, que tem agora uma parceira e dois filhos, disse que a completa falta de conhecimento sobre qualquer coisa relacionada à sua vida deixou uma lacuna na sua identidade. “É o não saber. Por que isto aconteceu é o que eu quero saber realmente. Para mim, é apenas um espaço em branco que todo mundo parece ter”, disse à Sky News, de acordo com o The Independent.

Apesar de tudo, Hydes teve uma infância muito feliz com os seus pais adotivos Sandra e John e três irmãs. “Tenho uma ótima família, tenho mais sorte que muita gente”, assumiu. Vive em Sussex, muito perto de Gatwick  trabalha como jardineiro.

Em 2004, começou a procurar a verdade, com ajuda da sua parceira, Sammy.  No entanto, desde que teve a sua filha, Alanna, o homem disse que a sua busca pelos avós paternos tinha ficado mais urgente.

“Quero que a minha mãe saiba que não estou zangado com ela e que se ela aparecer não vai ser conhecida pelo público. Mas há tantas coisas que lhe gostava de perguntar, e tantas coisas que gostava de saber sobre o meu passado”, disse Hydes em 2011.

 

Há alguns anos, conheceu os funcionários – a funcionária que o encontrou, polícias e a assistente social – que cuidaram dele enquanto tentavam localizar a sua família, segundo o The Guardian. Hydes também contactou a polícia para ver os arquivos do seu caso, mas foi informado de que haviam sido destruídos.

A imprensa avançou na altura que uma mulher ligou para a polícia dois dias depois de o bebé ter sido encontrado, alegando que seria a mãe. Terá dito que a criança se chamava Michael e que era muito nova para ser mãe. A polícia chegou a encontrar a mulher e a interrogá-la, mas as declarações que prestou viriam a ser dadas como falsas.

O local onde Hydes foi encontrando dificultou ainda mais a busca. Abandonado num aeroporto do Reino Unido, o bebé poderia ser de qualquer parte do mundo. Na sua pesquisa, começou a reunir registos de todos os aviões que descolaram e aterram em Gatwick naquele dia.

Um teste de ADN mostrou que os seus antepassados ​​provavelmente eram descendentes de ingleses ou escoceses. No entanto, as duas correspondências genéticas encontradas através de um site de uma árvore genealógica não podem ser contactadas de momento, porque não efetuaram login nas suas contas.

Depois de anos de procuras e de becos sem saídas, Hydes anunciou no início deste mês que conseguiu descobrir os seus pais biológicos. Numa página de Facebook que o próprio criou para documentar a sua busca, informou que conseguiu chegar aos pais verdadeiros através de pesquisa genealógica. No entanto, Hydes nunca poderá perguntar à mãe o que tinha em mente. “Infelizmente, a minha mãe biológica já faleceu, por isso não serei capaz de descobrir o que aconteceu exatamente nem porquê”, escreveu na página.

Apesar de a mãe ter morrido, Hydes reencontrou-se com o pai e tios paternos e maternos. No Facebook, Hydes explica que o pai e todos os seus familiares não tinham conhecimento da sua existência.

O caso continua, ainda assim, envolto em algum mistério. Continuam por desvendar o porquê de o bebé de dez dias ter sido abandonado no aeroporto londrino.

ZAP //

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