As autoridades da Nigéria informaram este sábado que 44 meninas foram libertadas depois de terem sido sequestradas na segunda-feira alegadamente pela milícia radical islâmica Boko Haram, mas outras 85 alunas da escola de Chibok continuam ainda desaparecidas.
Nas últimas horas, 14 alunas conseguiram escapar aos seus raptores, o que, juntamente com as outras 30 que já tinham fugido, totaliza as 44 meninas já libertadas, explicou o Ministério da Educação do Estado de Bono, Inuwa Kubo, citado pelo jornal diário local The Punch.
De acordo com o relato da agência espanhola Efe, foram raptadas, no total, 129 estudantes, pelo que as autoridades nigerianas continuam à procura de 85 meninas que foram raptadas por homens armados que se presume pertencerem ao Boko Haram, um grupo radical islâmico.
De acordo com as testemunhas citadas pelos ‘media’ locais, o sequestro das alunas do internato ocorreu na segunda-feira à noite, quando cerca de 50 homens armados chegaram a Chibok numa coluna de veículos e incendiaram edifícios públicos e habitações.
Depois, dirigiram-se à escola local de ensino secundário, onde capturaram todas as estudantes que puderam e as levaram num camião.
O sequestro ocorreu horas depois do atentado bombista, também atribuído pelo Governo ao Boko Haram, perpetrado na segunda-feira que fez pelo menos 75 mortos (o balanço inicial era de 71 mortos, mas entretanto mais quatro pessoas sucumbiram a ferimentos graves), numa estação de autocarros de Abuja.
Boko Haram, que significa na língua local “A educação islâmica não é pecado”, luta para impor a ‘sharia’, ou lei islâmica, na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
Desde que a polícia eliminou, em 2009, o líder do Boko Haram, Mohamed Yusuf, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já fez mais de 3.000 mortos.
Com cerca de 170 milhões de habitantes divididos em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o mais populoso de África, é afetado por múltiplas tensões, devido às suas profundas diferenças políticas, socioeconómicas, religiosas e territoriais.
/Lusa