Três colegas de trabalho de Jamal Khashoggi foram alertados a respeito de uma possível ameaça e aconselhados a não viajar para países na Europa e na Ásia onde a Arábia Saudita tem particular influência.
Depois da morte de Jamal Khashoggi, a CIA foi muito criticada por não ter avisado o jornalista da ordem de captura que tinha sido emitida em seu nome pelas autoridades sauditas. No entanto, segundo a revista Time, a Agência Central de Inteligência americana está a tentar redimir-se.
Recentemente, três colegas de trabalho do jornalista assassinado foram alertados a respeito de uma possível ameaça e aconselhados a não viajar para países na Europa e na Ásia onde a Arábia Saudita tem particular influência, bem como a retirar familiares de um país específico, a Malásia.
A Time cita fontes de segurança de diferentes países e os próprios ativistas visados: Iyad El-Baghdadi, que vive em Oslo, na Noruega; Omar Abdulaziz, que vive em Montreal, no Canadá; e uma terceira pessoa que se encontra nos Estados Unidos e pediu para não ser identificado.
Os três ativistas trabalhavam com Khashoggi em projetos de direitos humanos na altura em que o jornalista foi assassinado no interior da embaixada saudita na Turquia, em outubro do ano passado. Tal como Jamal Khashoggi, os ativistas são abertamente críticos do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, tendo-o acusado de ter ordenado a morte do jornalista e de pretender fazer o mesmo com outros.
Apesar de não se ter pronunciado acerca do assunto, a CIA afirma que é seu “dever legal avisar potenciais vítimas a respeito de ameaças específicas, incluindo homicídio, roubo e violência”. De acordo com os ativistas, não lhes foi transmitida qualquer informação a respeito da natureza da possível ameaça nem sobre que riscos em concreto eles correm.
À revista Time, Iyad El-Baghdadi, um doas ativistas visados, referiu que foi instruído a adotar várias precauções, incluindo medidas para dificultar o acesso por parte de algum hacker aos seus dispositivos eletrónicos, uma tática que a Arábia Saudita já usou contra um dos ativistas avisados, Omar Abdulaziz, adianta o Expresso.
“Nada me disseram sobre a natureza da ameaça, exceto que eu estava marcado e que não deveria viajar, assim como a minha família”, contou El-Baghdadi.