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Jovem combate desemprego tornando-se ‘moço de recados’

foto: mocoderecados.com

foto: mocoderecados.com

Desempregado e “farto de não fazer nada”, Luís Campos, de 33 anos, decidiu tornar-se “moço de recados” profissional e dedicar-se a fazer aquilo que as muitas pessoas não têm tempo ou paciência, e o negócio até não corre mal.

A ideia do ‘Moço de Recados‘ surgiu em 2007, quando Luís já “desenrascava” tarefas de alguns amigos e desde essa altura pensou que quando surgisse a oportunidade haveria de a concretizar.

“Foi o que aconteceu, fiquei desempregado. Trabalhava como responsável de publicidade e marketing numa empresa de construção que entrou em insolvência e em Novembro de 2012 surgiu o moço de recados”, contou Luís Campos à agência Lusa.

Luís Campos, fundador da 'Moço de Recados' (foto: r.Instagram)

Luís Campos, fundador da ‘Moço de Recados’ (foto: r.Instagram)

Comprar presentes, ir entregar flores ou chocolates são os recados mais comuns, mas há também pedidos que vêm do estrangeiro, há outros para ir à Segurança Social ou às Finanças e ainda outros de urgência.

“Um senhor ligou-me aflito porque o carro trancou-se com a chave na ignição e pediu-me para ir a casa da mulher buscar a chave suplente. Foi talvez o pedido mais estranho que tive”, contou.

O negócio está ainda a crescer, mas já existem clientes fiéis e todas as semanas aparecem novos.

De trás para a frente, montado na sua vespa, Luís consegue fugir ao trânsito e fazer uma média de seis recados por dia, mas já houve dias em que chegou aos 15 recados.

O recado é pago consoante o tempo dispensado: 30 minutos são 8 euros e, a partir daí, a cada 15 minutos acrescem dois euros. Num mês bom, Luís consegue um ordenado de 1000 euros.

“É uma aposta ganha, mas infelizmente é um serviço que tem algumas barreiras por ser um serviço novo. Temos que lutar com questões culturais e mostrar às pessoas que há outra forma de rentabilizarem o seu tempo e mostrar que estamos aqui para ajudar”, disse.

A operar na Grande Lisboa, o objectivo de Luís Campos é instalar um “moço de recados” em cada concelho e ainda chegar às grandes cidades.

“Quero não só criar um negócio que seja rentável, mas também que possa proporcionar emprego a outras pessoas. Talvez seja o meu contributo neste pequeno país”, concluiu.

/Lusa

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