/

Maduro já fala em cortar cabeças. Exército de mercenários pode ser solução para o derrotar

Cristian Hernandez / Lusa

O fundador da empresa de segurança privada Blackwater, Erik Prince, um fervoroso apoiante de Donald Trump, está a tentar reunir apoios financeiros e políticos para criar um exército de mercenários para apoiar a rebelião de Juan Guaidó, na Venezuela, e tirar Nicolás Maduro do poder.

A notícia é avançada pela agência Reuters que salienta que Erik Prince está a mexer os cordelinhos em busca de “apoio político e investimento”, junto de “apoiantes influentes de Trump” e de “exilados venezuelanos ricos”, para formar um exército de soldados pagos para lutarem contra o regime de Maduro.

Prince criou o seu império na área da segurança militar privada durante a guerra do Iraque, quando a sua empresa foi contratada pelo Governo dos EUA para prestar serviços durante várias operações.

Nos últimos dois anos, o homem que financiou a campanha de Trump tem estado a tentar convencer a administração da Casa Branca a substituir os soldados norte-americanos colocados no Afeganistão pelos seus mercenários.

E agora estará também a tentar impulsionar a criação de um exército de cerca de 5 mil mercenários, falantes de Espanhol, para lutarem por Juan Guaidó e derrubarem de vez o regime de Maduro.

A Reuters destaca que Prince tem mantido “encontros privados” nos EUA e na Europa, com vista à criação desse exército que seria não apenas para “combate”, mas também para a participação em “operações de estabilização”, logo depois de uma eventual queda do Governo de Maduro.

Não há confirmação oficial de que este plano esteja efectivamente em marcha, nem da parte do próprio Prince, nem tão pouco do lado de Juan Guaidó. Mas especialistas ouvidos pela Reuters entendem que a ideia é “potencialmente perigosa”, considerando que se for posta em prática, pode despoletar uma guerra civil na Venezuela.

“Vamos cortar a cabeça a quem for preciso cortá-la”

Em Caracas, Maduro apareceu nesta quinta-feira rodeado de militares, a demonstrar ao mundo como continua a ter o apoio das Forças Armadas venezuelanas. Juan Guaidó tinha anunciado que a maioria dos militares estavam do seu lado e contra o regime, no dia em que anunciou a “Operação Liberdade”, que deveria ser o acto final para derrubar Maduro.

Durante uma cerimónia pública com jovens, Maduro declarou que a rebelião de Guaidó não terá sucesso “nem que saquem das metralhadoras”, aproveitando para deixar algumas críticas e avisos.

“Há muita surdez em muitos funcionários públicos que não querem escutar o povo. Vamos cortar a cabeça a quem for preciso cortá-la para que aprendam a respeitar o nosso povo”, afirmou em tom inflamado.

Num registo mais de pacificação, quando o país vive uma profunda crise económica, Maduro frisou que pôs em marcha “um plano necessário de rectificações“. “Há coisas que estamos a fazer mal e que devemos mudar”, apontou.

“O mais importante a fazer, para além de travar qualquer tentativa golpista e de enfrentar as sanções do império gringo, é construir a pátria nova, a pátria boa”, concluiu.

SV, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.