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O tempo passa mais depressa à medida que envelhecemos (e agora sabemos porquê)

A perceção do tempo está ligada à capacidade de processamento de imagens pelos cérebro, que diminui com a idade. É por isso que o tempo passa a voar à medida que envelhecemos.

Esta questão não passa de perceção. Um minuto tem os mesmos sessenta segundos quer para um adolescente, quer para um adulto. No entanto, o tempo parece passar muito mais devagar quando somos novos e acelerar à medida que os anos vão aumentando.

Adrian Bejan, investigador da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, interessou-se pelo assunto e dedicou-se a estudar este fenómeno. A teoria de Bejan é a de que, à medida que envelhecemos, o cérebro perde capacidade de processar imagens e, como consequência, a mente humana perceciona a passagem do tempo de uma forma mais rápida.

“As pessoas ficam muitas vezes fascinadas com a quantidade de memórias que guardam daqueles dias de juventude que pareciam durar para sempre. Não é que as experiências tenham sido muito mais profundas ou significativas; é só porque elas foram processadas de forma muito mais rápida“, escreve o autor do estudo, publicado na European Review.

O estudo assenta no princípio de que a mente humana sente a passagem do tempo quando as imagens percecionadas mudam. Desta forma, quanto maior o número de imagens mentais, maior a sensação de que o tempo demora mais tempo a passar, adianta a Visão.

“O presente é diferente do passado porque as imagens processadas mudam, e não porque o relógio de alguém toca. Os dias parecem durar mais na juventude porque a mente recebe mais imagens num dia do que quando é mais velha”, explica o processo de engenharia mecânica.

Os neurónios crescem e tornam-se mais complexos quando se desenvolvem. À medida que a idade aumenta, eles degradam-se e os impulsos nervosos encontram maior resistência no trajeto entre os olhos e a zona do cérebro responsável pelo processamento de imagens. De acordo com esta investigação, a deterioração física condiciona a perceção de passagem do tempo.

Além disso, o investigador explica que, quando somos jovens, os nossos olhos movem-se mais vezes e, por esse motivo, captam mais imagens do que em idades mais avançadas. Esse pormenor pode passar despercebido, mas, na verdade, contribui para a tal sensação de que o tempo demora mais a passar.

No entanto, independentemente da nossa idade, o tempo tem sempre a mesma duração. Um minuto terá sempre sessenta segundos, quer tenhamos um ano ou sessenta.

ZAP //

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