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A Saúde tem um lado C: “C de Costa, C de Caos”

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Estela Silva / Lusa

Enquanto António Costa andou a visitar os centros de saúde, Assunção Cristas fez o mesmo e andou pelo país a visitar hospitais. O objetivo foi mostrar o lado “C” do Serviço Nacional de Saúde.

“O Governo entretém-se com ações de propaganda, fez um roteiro da saúde que foi uma tentativa falhada de pintar a realidade em tons de rosa e evitou os grandes hospitais que estão a rebentar pelas costuras”, começou por dizer a líder do CDS, acusando inclusive Costa de ter “inaugurado sem pudor um centro de saúde que já estava a funcionar desde o ano passado”.

Em conferência de imprensa, Assunção Cristas acusou Costa de tentar “mostrar o seu lado A” no setor da Saúde – um lado que, para a líder do CDS, não corresponde à realidade. Por isso, os centristas decidiram fazer a sua própria rota pelos hospitais do país.

“Enquanto o primeiro-ministro apresentava o seu lado A, nós apresentávamos o lado C: C de Costa, C de cativações, C de caos”, disse aos jornalistas, citada pelo Observador.

No roteiro que fez pelo país, Cristas passou por hospitais como o hospital de Leira, o São João no Porto e o Garcia de Orta em Almada e encontrou “profissionais de saúde dedicados, mas exaustos, investimentos adiados, dívidas crescentes, falta de consumíveis básicos, demissões em bloco, cativações para lá do razoável, um caos sem precedentes, austeridade encapotada” e a ideia generalizada de que “2018 foi o pior ano de sempre”.

Acusando o primeiro-ministro de “insensibilidade”, a líder centrista comentou ainda o despacho que será esta segunda-feira publicado em Diário da República e que permite aos hospitais a possibilidade de contratarem profissionais de saúde sem autorização do Governo (Finanças e Saúde) — uma medida que exclui médicos.

“O Governo dá essa autonomia a apenas 11 hospitais, e nós queremos para todos, além de que queremos que inclua também a contratação de médicos, não se percebe a razão para não abranger médicos”, disse.

“Não nos parece que exista qualquer racional nesta exclusão, pelo contrário: das voltas que temos dado, pelas conversas que temos tido, muitas questões passam pela falta de médicos. Os médicos fazem horas extra de maneira que não é sustentável, muitos encontram-se em exaustão e é preciso perceber porque é que neste caso ficaram de fora”, acrescentou ainda.

Neste sentido, o CDS apresentou esta segunda-feira um projeto de resolução que confere uma maior autonomia às administrações hospitalares para fazer face aos problemas de gestão e de sub-orçamentação que há nos hospitais.

Na proposta, o CDS prevê que, até junho, o Governo faça um levantamento exaustivo junto dos Conselhos de Administração dos hospitais das necessidades inerentes à criação dos Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), que faça depois de junho os contratos-programa respetivos, e que, até ao fim da legislatura, consiga efetivamente constituir os tais CRI para conferir maior autonomia aos hospitais.

Assim, Assunção Cristas considera que a falta de autonomia, a par da sub-orçamentação são os dois maiores problemas que afetam a qualidade do Serviço Nacional de Saúde.

ZAP //

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