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Moreirense vs Benfica | Triunfo gordo com sotaque grego

Octavio Passos / Lusa

O Benfica regressou ao comando da Liga NOS, com os mesmos pontos do FC Porto, ao vencer numa das deslocações mais difíceis da época, no terreno do surpreendente Moreirense.

A formação cónega havia ganho por 3-1 no Estádio da Luz, na primeira volta, mas desta feita as “águias” foram superiores e golearam por 4-0, numa demonstração de grande eficácia ofensiva. Os visitantes marcaram em todos os remates enquadrados que realizaram e em todos os disparos que fizeram no segundo tempo.

O Jogo explicado em Números

  • Arranque de jogo com uma perdida clara de Pizzi. Logo aos três minutos, Rafa serviu o médio e este, na grande área e só com Pedro Trigueira pela frente, atirou ao lado. O Benfica começou bem o jogo, com bastantes lances de ataque e com 54% de posse de bola à passagem do primeiro quarto-de-hora. Ainda assim, apenas dois remates para os visitantes, um para os anfitriões, nenhum enquadrado.
  • Muito bem o Moreirense no capítulo do passe nos primeiros 20 minutos, a registar 86% de eficácia nas entregas, fruto de transições muito criteriosas para o ataque. Bem melhor que os 76% por parte do Benfica.
  • Muitas dificuldades para o Benfica arranjar espaços na área contrária, mas numa das poucas vezes que o conseguiu, marcou, por Jonas, aos 30 minutos, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo de Pizzi. Os “encarnados” estavam a sentir dificuldades para encontrar espaços na grande área contrária, pelo que nesta fase somavam apenas quatro remates, nenhum enquadrado, contra dois (sem a melhor direcção) dos cónegos.
  • Até que aos 37 minutos, as “águias” marcaram mesmo. Ivanildo falhou a intercepção de um passe de Grimaldo, a bola chegou a João Félix e o jovem aproveitou para rematar com sucesso. Ao primeiro remate enquadrado, num total de cinco, os “encarnados” chegavam à vantagem.
  • Um golo que afectou a formação da casa, ao ponto de os “encarnados” chegarem ao 2-0 pouco depois. Aos 43 minutos, Pizzi cobrou um canto da direita e Samaris saltou mais alto que todos e cabeceou para o segundo – ao sexto remate benfiquista, segundo com boa direcção.
  • Vantagem merecida para um Benfica que dominou nos primeiros 45 minutos, mas sentiu alguns problemas para ganhar espaço na área contrária e rematar com qualidade. As “águias” registavam mais posse ao intervalo, remates e cantos e perdiam apenas para os cónegos no capítulo do passe. O melhor em campo nesta fase era Samaris. O grego registava um GoalPoint Rating de 7.2, fruto de um golo no único remate que fez, um só passe falhado em 15, um passe para finalização e três desarmes.
  • A reentrada em jogo por parte do Benfica não poderia ser melhor. Logo aos 49 minutos, Jonas serviu Rafa, que fugiu em grande velocidade, isolou-se e, à saída de Trigueira, rematou para o fundo da baliza. Em três remates enquadrados, os “encarnados” faziam outros tantos golos.
  • O jogo atingiu a hora de jogo com o Benfica a controlar as operações em praticamente todos os momentos de jogo. O Moreirense tentava atacar, mas as “águias” mostravam-se consistentes, apesar de terem tirado um pouco o “pé do acelerador”. Nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, os “encarnados” nem tiveram muita bola (48%), só remataram uma vez e não passavam dos 70% de eficácia de passe, mas pareciam sempre mais perto do 4-0 do que de sofrer um golo.
  • Muito bom jogo de Gabriel, a conferir equilíbrios defensivos, tal como tem feito nos últimos tempos. Aos 70 minutos, o brasileiro havia ganho os dois duelos aéreos defensivos em que participara, somava oito recuperações de posse e cinco desarmes, este o valor mais alto do encontro.
  • O jogo foi perdendo intensidade, as ocasiões de golo começaram a escassear e só o Moreirense ensaiava o remate. Chegado o minuto 80, o Benfica não registava qualquer remate desde o golo, limitando-se a trocas de bola para “chamar” o seu adversário.
  • E essa paciência viria a dar resultado aos 86 minutos. Após canto da direita, a bola andou “às tabelas” na grande área anfitriã e apenas o recém-entrado Florentino teve a lucidez para atacar a bola no momento certo, rematando de fora oportuna para o 4-0. O Benfica fazia quatro golos nos únicos remates enquadrados que realizava e dois nos únicos disparos no segundo tempo.

O Homem do Jogo

Grande jogo do grego do Benfica, certamente um dos melhores de águia ao peito. Samaris realizou uma exibição completa, autoritária em todos os momentos de jogo. O seu GoalPoint Rating de 8.6 reflecte isso mesmo, sendo que o ponto alto do seu desempenho foi mesmo o golo que marcou, o 2-0, num belo golpe de cabeça. Ofensivamente registou ainda um passe para finalização e dois dribles completos (em duas tentativas), e na retaguarda recuperou nove vezes a posse de bola e somou 12 acções defensivas, entre elas seis desarmes, o valor mais alto da noite.

Jogadores em foco

  • Gabriel 6.7 – O brasileiro é cada vez mais uma peça fundamental neste Benfica. Sem que se integre muito nos momentos ofensivos, Gabriel é de uma regularidade impressionante. Ao todo fez 41 passes, completando 35 deles, e ainda recuperou nove vezes a posse de bola e somou 14 acções defensivas – entre elas cinco desarmes e quatro bloqueios de passe.
  • Rafa Silva 6.4 – Mais um belo jogo do extremo, muito importante a conferir vertigem nas movimentações ofensivas, sem posicionamento fixo. O internacional luso fez um golo em dois remates, criou uma ocasião flagrante em um passe para finalização e ajudou colectivamente com sete recuperações de posse.
  • João Félix 6.3 – O jovem atacante não pára quieto e essa característica torna-o muito difícil de controlar. Foi assim que recolheu um passe de Grimaldo praticamente sem marcação e fez o 1-0. Até final tentou surgir sempre em posição de marcar, mas de realçar apenas dois duelos aéreos ofensivos em três.
  • Álex Grimaldo 6.1 – O espanhol está em grande forma e continua a ser um foco de desequilíbrio ofensivo. Grimaldo registou uma assistência, completou as duas tentativas de drible, recuperou oito vezes a posse de bola e somou cinco acções defensivas.
  • Chiquinho 5.8 – O melhor dos cónegos foi o criativo Chiquinho. Muito móvel e com excelente visão de jogo, o português falhou apenas três de 33 passes, enquadrou dois dos três remates que fez e realizou um passe para finalização.

Resumo

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