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As vacinas não causam autismo, garante o maior estudo realizado

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Sanofi Pasteur / Flickr

Cientistas avaliaram 600 mil crianças e concluíram que a imunização tríplice viral não causa o transtorno do neurodesenvolvimento, mais conhecido como autismo.

Doenças que foram erradicadas graças à vacinação ressurgiram recentemente – é o caso do sarampo, por exemplo. Muitos apontam o dedo às vacinas como as principais causadoras de doenças e transtornos, nomeadamente o autismo (TEA).

Esta crença – de integrantes de um movimento conhecido como antivacinas – é total e inequivocamente falsa, garante um novo estudo realizado na Dinamarca, que envolveu mais de 600 mil crianças.

Há muito tempo que várias pesquisas corroboravam esta hipótese de não existir qualquer relação entre a imunização e o aparecimento de determinadas doenças. No entanto, este estudo, publicado recentemente no Annals of Internal Medicine journal, é o mais recente, o mais completo e o mais amplo realizado até à data.

A tese fundamentada de que a vacina contra a rubéola, papeira e sarampo (a tríplice viral, MMR) provoca autismo começou há duas décadas, após a publicação de um artigo de Andrew Wakefield, em 1998, no qual defendia o vínculo hipotético entre a vacina MMR e o autismo.

Este estudo alarmou a sociedade e afetou as taxas de vacinação em todo o mundo. Em várias ocasiões, o estudo de Wakefield foi refutado tendo, inclusivamente, o próprio investigador perdido a sua licença de trabalho devido a erros metodológicos que alguns especialistas definem como “premeditação de sua parte”.

No entanto, esta crença manteve-se durante muito tempo e a nível mundial, em grande parte alimentada pelas redes sociais.

Ao El País, Celso Arango, chefe de Psiquiatria Infantil e Adolescente do hospital Gregorio Marañón, afirmou que “nas redes sociais as pessoas seguem quem querem seguir ou quem se encaixa no que pensam ou desejam”.

Os antivacinas não vão desaparecer. São pessoas que acreditam no conceito natural como modo de vida. Mas há algo que necessitam de saber: toda decisão é respeitável desde que não prejudique os outros. No momento em que essas pessoas não são vacinadas e reaparecem doenças até então erradicadas, o que afeta a população, a sua decisão provoca um problema de saúde pública”, remata Arango.

Especialistas dinamarqueses decidiram então analisar se a vacina aumentava o risco de desenvolver autismo, ou não. Para isso, estudaram as características de 657.461 crianças nascidas na Dinamarca de 1999 a 2010, e acompanharam-nas desde o primeiro ano de vida até agosto de 2013.

Os cientistas tiveram em conta o facto de as crianças terem sido vacinadas, diagnosticadas com autismo, se tinham na família alguém com esse transtorno neurobiológico ou algum outro fator de risco para o autismo.

De acordo com os autores, 6.517 crianças foram diagnosticadas com a incidência de autismo, ou seja, 129,7 para cada 100 mil habitantes. O estudo não revela qualquer diferença entre as crianças vacinadas e as que não eram, e não se verificou nenhum risco adicional para padecer de TEA entre os vacinados.

Concluímos que a vacina tríplice viral não aumenta o risco de sofrer de autismo“, escrevem os autores. Além disso, “não há aumento do diagnóstico entre as crianças mais suscetíveis de padecê-lo e não está relacionado com casos de autismo que aparecem depois da vacinação”.

“O que ninguém se pode esquecer é que a expectativa de vida melhorou graças às vacinas, que reduziram as taxas de mortalidade infantil”, rematou Arango. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada 160 crianças tem TEA.

ZAP //

4 Comments

  1. E´Mentem Mentem mentem. Pois Há Dados Cienteficos INDEPENDENTES e Não Ofiçiais, que Comprovaram Totalmente o Contrário desta Notíçia Faliçiosa . As Vaçians Causam Autismo ..Sim Senhor … As Pessoas na Maioria delas Andam Mal Imformadas

  2. A propaganda continua. O autismo deve-se a um conjunto de factores e não a apenas um isolado. Esse é o grande erro desses estudos.
    A Monsatan também tem os seus estudos a dizer que o glifosato não faz mal nenhum à saúde… Agora pensem.
    “São pessoas que acreditam no conceito natural como modo de vida. Mas há algo que necessitam de saber: toda decisão é respeitável desde que não prejudique os outros.” – Aqui está como eles incutem a culpa nas pessoas.
    Então agora digo-vos, ó farmacêuticas, não prejudiquem vocês os o nosso corpo e façam vacinas livres de venenos e toxinas.
    Só para terem uma noção do que pode acontecer, só um exemplo entre muitos outros, pesquisem SV40.

  3. Lendo o artigo do estudo científico aparece logo um enviesamento: o estudo não usa vacinas com Timerosal, precisamente o adjuvante contestado por muitos cientistas (por conter alumínio, mercúrio e outros) e aquele que é usado na maioria dos países, Portugal inclusive. Página 2 do artigo:
    “There were no thimerosal-containing vaccines in the Danish program during the study period.”
    Assim o estudo não traz nenhuma credibilidade logo a priori.

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