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Portugal tem uma resposta às mudanças climáticas: Vinho do Porto

Associação de Turismo do Porto e Norte

“O vinho do Porto será sempre a primeira resposta do Douro à questão das mudanças climáticas”, disse António Magalhães, diretor da Viticultura do grupo The Fladgate Partnership, durante a conferência Climate Change Leaderhsip.

António Magalhães seguiu os trabalhos desta conferência internacional que tem lugar na Alfândega do Porto e é dedicada às alterações climáticas e às soluções para a indústria do vinho, tendo apreciado o que disse ali o catalão Miguel Torres, da empresa vinícola Bodegas Torres.

“Miguel Torres indicou caminhos que eu partilho, como a altura do tronco de uma videira, o espaço entre as videiras e a denúncia do paradoxo da viticultura orgânica. Um vinho orgânico é melhor para a nossa saúde, mas não para a do planeta porque tem uma emissão de dióxido de carbono muito maior”, afirma António Magalhães.

O responsável considera que “muitas das respostas aos problemas das mudanças climáticas foram abandonadas” há algumas décadas e, “à cabeça”, indica “a densidade de plantação e a diversidade das castas”.

“Temos algumas regiões vitícolas extraordinárias, mas a mais extraordinária, aquela onde cabe o mundo inteiro, é a do Douro, pela diversidade de localização das suas vinhas e diferenças de altitude e de exposição. O Douro é, sem dúvida, o maior laboratório vivo para as mudanças climáticas”, enfatiza.

“Não é por caso que na mesma região, sem forçar a natureza, conseguimos produzir vinhos espumantes, tranquilos e fortificados. Há uma vocação, a do Douro é o vinho do Porto e o vinho do Porto será sempre a primeira resposta do Douro à questão das mudanças climáticas. Sempre”, reforçou.

António Magalhães afirma que “o vinho do Porto precisa de um clima árido e o problema, no futuro, é que os anos áridos não serão irregulares mas mais constantes”.

A sub-região do Douro mais vulnerável às alterações climáticas, segundo António Magalhães, é a do Douro Superior, que “sempre foi uma região descontínua e o que traçou a descontinuidade foi a fertilidade da terra e as benesses pontuais de microclimas”.

“O que está a trazer a continuidade da vinha ao Douro Superior não é a força do homem, mas a força de bulldozers, não é a água da chuva, mas a água da rega. Tudo isto é pouco natural”, avaliou, concluindo que, “a região que mais preocupa é o Douro Superior”.

A conferência Climate Change Leadership encerra na quinta-feira, na Alfândega do Porto, com uma intervenção do antigo vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore.

// Lusa

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