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Parlamento rejeita plano de Corbyn para o Brexit e empurra-o a pedir novo referendo

Andy Rain / EPA

A proposta de Jeremy Corbyn para um acordo de saída do Reino Unido da União Europeia foi rejeitada pela maioria dos deputados britânicos nesta quarta-feira.

A decisão da Câmara dos Comuns, tomada através do chumbo a uma emenda apresentada pelo líder do Partido Trabalhista, empurra Corbyn para a promessa deixada na segunda-feira: terá de apoiar a realização de um novo referendo ao Brexit.

A aprovação de duas outras emendas define como prioritária a defesa dos direitos dos cidadãos da UE que residem no Reino Unido, independentemente do desfecho do processo de divórcio, e confirma o agendamento, prometido por Theresa May de uma votação sobre a possibilidade de estender a aplicação do artigo 50.º do Tratado da UE e adiar a saída, caso o Parlamento rejeite o acordo do Governo.

A emenda apresentada pelo líder do Partido Trabalhista era, na verdade, uma sugestão do Labour para um acordo com Bruxelas, que o partido acredita ser o mais vantajoso para os britânicos e que já apresentou ao Parlamento mais do que uma vez.

Na sequência do que Jeremy Corbyn tem vindo a defender, a emenda propunha a manutenção do Reino Unido numa união aduaneira com a UE e o alinhamento do país com o mercado único, para além de reforçar a prioridade de proteção dos direitos dos trabalhadores e ambientais.

De acordo com o Público, a emenda foi rejeitada por 83 votos e, por isso, aproxima a direção trabalhista de um segundo referendo, como prometido por Corbyn, que durante largos meses rejeitou colocar nova consulta na lista de prioridades do Labour.

O Partido Trabalhista comprometeu-se a “apoiar medidas para uma votação pública”, ainda que sem abdicar das suas grandes linhas de ação: defesa da sua proposta para o Brexit e da realização de novas eleições.

As emendas apresentadas, debatidas e votadas esta quarta-feira pelos deputados britânicos tinham como alvo a terceira moção apresentada pelo Governo desde o chumbo avassalador do seu acordo para o Brexit na Câmara dos Comuns.

Tal como as restantes moções, a mais recente pretendia dar conta da estratégia de May para a saída do Reino Unido da UE e permitir que os deputados apresentassem planos e soluções alternativas para o processo.

A primeira-ministra anunciou na terça-feira que irá levar o acordo de saída ao Parlamento no dia 12 de março, para ser aprovado ou rejeitado.

Caso os deputados optem pela segunda hipótese, May comprometeu-se a oferecer-lhes nova votação, dia 13, para decidirem se apoiam um Brexit sem acordo. Novo chumbo provocaria mais uma consulta, dia 14, cujo objeto seria a possibilidade de extensão “breve e limitada” do artigo 50.º do Tratado da UE e consequente adiamento da saída.

Esta quarta-feira, Emmanuel Macron e Angela Merkel falaram da posição europeia de dar luz verde à extensão do artigo 50.º. A chanceler alemã garantiu que “se o Reino Unido precisar de mais algum tempo” a UE “não o vai recusar”.

Mais firme, o Presidente francês condicionou o adiamento a uma situação em que Londres terá de identificar os passos seguintes. “Não há forma de aceitarmos uma extensão sem uma visão clara sobre o objetivo pretendido. Com disse o negociador Michel Barnier, não precisamos de mais tempo, mas de decisões”, defendeu Macron.

ZAP //

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