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Fumar “apaga” a capacidade de ver cores

As pessoas que fumam mais que um maço de cigarros por dia correm um maior risco de perder a capacidade de ver cores e de perder a visão na velhice.

Um grupo de investigadores do Laboratório de Perceção, Neurologia e Conduta da Universidade de São Paulo, no Brasil, estudaram 71 pessoas saudáveis que tinham fumado menos de 15 cigarros na sua vida inteira e 63 que fumavam diariamente pelo menos 20 cigarros. As pessoas de ambos os grupos tinham entre 25 e 45 anos e não lhes tinha sido diagnosticado nenhum problema de visão.

Os investigadores analisaram a forma como os participantes distinguiam os níveis de contraste e as cores, mediante um programa especial que mostrava brevemente num ecrã retângulos listrados ou coloridos, assim como conjuntos de figuras geométricas compostas por uma variedade de círculos de várias cores.

A análise revelou diferença significativas na visão dos fumadores e dos não-fumadores, de acordo com os resultados publicados em janeiro na revista Psychiatry Research. Em média, os não-fumadores detetaram contrastes com o dobro de frequência e detetaram duas ou três vezes mais figuras geométricas do que os fumadores.

“Estudos anteriores assinalaram que fumar a longo prazo duplica o risco de degeneração macular relacionada à idade e que é um factor que causa o amarelamento e inflamação do cristalino. Os nossos resultados indicam que o uso excessivo de cigarros ou exposição crónica aos seus compostos afeta a distinção visual”, disse Steven Silverstein, co-autor da Rutgers University, citado pelo Russia Today.

Ainda que a investigação não proporcione uma explicação fisiológica para os resultados, Silverstein admite que, dado que a nicotina danifica o sistema vascular, poderia prejudicar os vasos sanguíneos e os neurónios na retina.

ZAP //

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