Um casal amante de pássaros colocou alimentadores no seu quintal e foram surpreendidos com uma visita incomum: um cardeal do norte, que é metade macho, metade fêmea.
Há 25 anos, dois amantes de pássaros que vivem em Erie, na Pensilvânia, esperavam desfrutar da companhia destes animais quando montaram alimentadores no seu quintal. Contudo, atraíram sem saber um visitante incomum: um cardeal do norte (Cardinalis cardinalis), que é metade macho e metade fêmea.
A aparência deste pássaro mistura o vermelho brilhante com uma tonalidade menos ostensiva, própria das fêmeas. O fenómeno, chamado de ginandromorfismo bilateral, está documentado em aves desde a década de 1920, quando foi descrito numa galinha.
“Nunca pensamos que veríamos algo assim”, disse Shirley Caldwell, dona do quintal, à National Geographic.
O ginandromorfismo bilateral é um tipo de quimerismo genético, pelo qual um único animal possui mais do que um conjunto de ADN. Mais especificamente, é um tipo de quimerismo tetragamético, uma vez que envolve quatro gâmetas – dois espermatozóides e dois óvulos.
Os óvulos são fertilizados separadamente e começam a dividir-se. No início do processo de desenvolvimento, os óvulos fundem-se e tornam-se um blastocisto ou zigoto. Por outras palavras, acontece uma fusão idêntica à de gémeos fraternos. Aliás, este processo ocorre, presumivelmente, em gémeos idênticos, mas como o ADN destes gémeos é muito semelhante, não há forma de saber que esse processo ocorreu.
No entanto, se um dos óvulos for macho e o outro for fêmea, a quimera resultante pode ter as características sexuais de ambos – muitas vezes divididos ao centro.
Os humanos e outros mamíferos podem ter mutações sexuais, mas não o ginandromorfismo bilateral distinto, adianta o Science Alert.
No entanto, no caso dos pássaros, é difícil perceber quando é que estes animais sofrem de ginandromorfismo bilateral, a não ser que o aspeto físico os denuncie – como foi o caso deste cardeal do norte.
ZAP // ScienceAlert
