O IVA dos bilhetes de espetáculos é mais baixo a partir de 2019, mas tal só se reflete no preço de alguns dos muitos eventos, em todo o país, cujos bilhetes já estavam à venda no ano passado.
Com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2019, o IVA baixou de 13% para 6% nas “entradas em espetáculos de canto, dança, música, teatro, cinema, tauromaquia e circo”, excetuando-se “as entradas em espetáculos de carácter pornográfico ou obsceno, como tal considerados na legislação sobre a matéria”.
No final de novembro, com a aprovação do Orçamento do Estado na generalidade, a Associação de Promotores, Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) congratulou-se com a descida do IVA dos bilhetes, referindo que tal iria refletir-se nos preços, já partir de 1 de janeiro.
Nessa altura, a dirigente da APEFE Sandra Faria disse que “os bilhetes que estão à venda neste momento, com IVA a 13%, automaticamente, quando o IVA alterar, vão baixar“. Sandra Faria sublinhou estar a falar apenas pela associação “e não por todo o país”.
Contactados pelo Público, Álvaro Covões, da Everything is New (responsável, por exemplo, pelo Nos Alive), e João Carvalho, da Picnic (responsável pelo Nos Primavera Sound e pelo Vodafone Paredes de Coura), garantiram que a baixa do IVA se refletiria automaticamente nos preços dos bilhetes.
Mas, de facto, verifica-se que o preço não baixou em todos os espetáculos, nem mesmo em todos os que são promovidos por associados da APEFE, associação formalizada em 2017, e que reúne algumas das maiores promotoras, como a Everything is New, a Música no Coração, a Ritmos, a UAU, a Ritmos & Blues, a Better World, a Ao Sul do Mundo, a Sons em Trânsito, a Uguru e a Regiconcerto.
Sudoeste e SBSR não baixaram
Os bilhetes diários para o Alive (que decorre em julho no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras), para o Primavera Sound (junho no Parque da Cidade, no Porto) e para o festival de Paredes de Coura (agosto na Praia Fluvial do Taboão, Paredes de Coura) já são mais baratos do que eram a 29 de dezembro.
Assim, um passe para o Alive custa agora 139,77 euros e um bilhete diário 60,98 euros, em vez de 149 euros e 65 euros, respetivamente. No caso do Primavera Sound, os passes baixaram de 110 para 103 euros e, no do festival Paredes de Coura, de 90 para 84 euros.
Os bilhetes para o Marés Vivas (em julho no Cabedelo, Vila Nova de Gaia) já tinham baixado de preço a 3 de dezembro. “Com a reposição do IVA dos espetáculos nos 6%, a partir do dia 1 de janeiro, o Marés Vivas” assumiu, desde logo, no final de Novembro, “o compromisso, disponibilizando, a partir do dia 3 de dezembro, os bilhetes com o preço final taxado ao consumidor com o IVA a 6%”, como anunciou então a promotora do festival.
Já os passes para os festivais Summer Fest (julho, na Ericeira) e Vilar de Mouros (agosto, em Vilar de Mouros) mantinham os mesmos preços do ano passado, 35 euros (sem campismo) e 70 euros, respetivamente.
Os passes e bilhetes diários para os festivais Sudoeste (agosto na Zambujeira do Mar) e Super Bock Super Rock (julho no Meco, Sesimbra) aumentaram ou mantiveram os preços. Um bilhete diário para o Sudoeste continua a custar 48 euros, já o preço dos passes aumentou de 100 para 105 euros, o bilhete diário do SBSR passou de 55 para 58 euros e o do passe de 105 para 110 euros.
Ainda na área da música, são vários os concertos cujos bilhetes continuam a custar o mesmo que custavam a 29 de dezembro: A história do hip-hop tuga, Diogo Piçarra, Salvador Sobral e Júlio Resende apresentam poesia inglesa de Fernando Pessoa, David Fonseca, Sara Tavares ou Expensive Soul – 20 Anos.
Os preços para sessões de cinema mantém-se inalterados nos sites das exibidoras.
ZAP // Lusa
A maior parte do que aparece neste artigo está longe de ser cultura; é entretenimento que envolve milhões e por isso não deveriam ter o IVA reduzido como se fossem bens de primeira necessidade!!
Muito menos enquanto o IVA da electricidade for 23%…