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Médicos podem cancelar consultas se o sistema informático falhar

Os sindicatos estão a aconselhar os médicos a não darem consultas aos utentes se o sistema informático estiver com falhas e não conseguirem consultar o registo clínico, prescrever medicamentos ou exames.

Os médicos estão a ser aconselhados a cancelar consultas quando o sistema informático apresentar falhas para tarefas como aceder ao registo clínico do utente ou prescrever exames ou medicamentos. A recomendação é dos sindicatos, que argumentam que essas falhas condicionam o nível de acesso a informação vital para o especialista.

“Tratando-se de falha informática que impeça a consulta do processo prévio do doente, existe um considerável aumento do risco profissional, na medida em que potencia a ocorrência de situações de erro médico”, alerta a Federação Nacional dos Médicos (Fnam).

O tema estará em cima da mesa na reunião marcada para esta quinta-feira entre a federação e o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a entidade responsável pela gestão do sistema informático do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O facto de o sistema informático estar “a falhar com frequência” é a preocupação central. Por esse motivo, e não havendo as “ferramentas indispensáveis” que permitam fazer o diagnóstico ou definir o tratamento adequado, “deve o médico remarcar a consulta dentro das disponibilidades das marcações já efetuadas”, recomendam.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) já tinha proposto o mesmo, numa nota divulgada no início deste mês: “Não deverão ser realizadas consultas médicas perante falha do sistema informático ou impossibilidade de registo informático.”

No entanto, é preciso ter em conta que esta decisão pode obrigar um universo considerável de pacientes a novas deslocações e ao consequente aumento das listas de espera para consultas ou exames.

Esta é também uma forma de alertar para “a situação dramática que se vive no Serviço Nacional de Saúde” e para o risco de maus diagnósticos por parte dos médicos, entendem os responsáveis sindicais.

Além disso, é também um aviso para os profissionais de saúde: “se não denunciarem as condições precárias que vivem podem ser responsabilizados em caso de problema“.

ZAP //

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