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Malta: “Finalmente identificados” autores do homicídio de jornalista que denunciava corrupção

(dr) Times of Malta

A jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia

As autoridades de Malta anunciaram este domingo que identificaram o grupo que terá arquitetado a morte da jornalista Daphne Caruana Galizia, especializada em temas anti-corrupção, em outubro do ano passado.

Em outubro do ano passado, a jornalista morreu após a explosão de duas bombas, que foram plantadas no carro que conduzia e ativadas remotamente via SMS.

Na altura, as autoridades rastrearam os sinais de telemóvel das redondezas à data da explosão e detiveram três homens, funcionários de um armazém. Os suspeitos, que se declaram desde sempre inocentes, tinham ligações ao submundo do crime organizado em Malta. Contudo, desde então, não se tinha conseguido apurar o motivo do assassinato nem chegar a quem deu as ordens.

Este domingo, as autoridades maltesas anunciaram que foram finalmente identificados os autores morais do crime, que planearam e mandar assassinar a jornalista. Segundo o Sunday Times, “a investigação está num estado já muito avançado”.

As fontes citadas não esclarecem, contudo, nomes dos identificados, se já houve novas detenções ou quanto tempo mais irá levar a investigação. Ainda assim, os investigadores acreditam que quem planeou o ataque teve motivos, que podem vir do mundo dos negócios, do crime ou do setor político.

Segundo a investigação da imprensa, as autoridades de Malta têm estado em constante colaboração com a Europol, contactos esses que se terão intensificado nas últimas semanas, à medida que a investigação chega a bom porto.

“Temos uma grande quantidade de dados que precisam de ser analisados, e parceiros como a Europol têm essa experiência e capacidade para nos ajudar no processo”, disse uma das fontes.

Neste mesmo artigo do Sunday Times, a família da jornalista assassinada dá conta de que não foi “formalmente informada” dos avanços na investigação.

Daphne Caruana Galizia, natural de Malta, liderou a investigação aos Panama Papers e esteve na origem de acusações de corrupção que provocaram eleições antecipadas no país em junho de 2017.

Duas semanas antes de ser assassinada, a jornalista tinha denunciado às autoridades que estava a ser alvo de ameaças de morte. A maltesa de 53 anos foi morta poucos minutos após ter publicado o seu último post no seu blogue, Running Commentary.

Daphne Galizia tinha denunciado durante os últimos meses um alegado caso de corrupção envolvendo o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, a sua mulher e outros membros do Governo. Segundo estas alegações, o casal utilizava offshores para esconder pagamentos com origem no Governo do Azerbaijão.

ZAP //

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