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Fake News: de Santo Tirso para o Mundo, com passagem pelo Canadá

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A divulgação de “fake news” é um dos maiores problemas da Internet dos dias de hoje. Segundo o DN, em Portugal a divulgação de imagens e notícias falsas com suposto teor informativo poderá ter origem em Santo Tirso.

A investigação do Diário de Notícias chegou a uma empresa nortenha, especializada em “criação e manutenção de sites, reestruturação de sites já existentes, desenvolvimento de páginas num ambiente profissional e atraente otimização para motores de busca, criação de imagens e banners, criação e manutenção de páginas em redes sociais”.

A empresa de informática Forsaken, criada em 2014, possui uma mão cheia de sites portugueses – como o Direita Política, a Voz da Razão, Não Queremos um Governo de Esquerda em Portugal, Vídeo Divertido e Aceleras – que publicam imagens com suposto teor informativo, mas que não passam de notícias falsas.

Todos estes sites estão registados no Canadá e partilham o mesmo IP, o protocolo da Internet que permite desvendar a identidade única das páginas.

João Pedro Rosa Fernandes é a cara por trás da empresa de Santo Tirso. O e-mail do dono da Forsaken foi usado para o registo de todas essas páginas, havendo ainda a menção à empresa Portugal na Web no registo do site Vídeo Divertido.

Ao semanário, João Fernandes nega estar a dedicar-se a propagar notícias falsas e diz que não trabalha para nenhum organização política ou económica. “Já ajudei na criação de muitos sites, maioritariamente de empresas, mas nunca colaborei com nenhum encomendado por pessoas ligadas ao meio político”, garante.

Diversas imagens circularam rapidamente nas redes sociais nos últimos dias. Numa delas, Catarina Martins tem um círculo desenhado à volta do pulso, que representa um suposto relógio de luxo suíço no valor de 20,9 milhões de euros. “A maior fraude da política portuguesa depois de António Costa”, pode ler-se.

Apesar de o Bloco de Esquerda ter negado a veracidade da notícia, a imagem teve mais de 875 partilhas na primeira vez que foi publicada no Facebook. A circulação continuou, chegando a milhares de pessoas – cerca de 63% dos portugueses dizem ter recebido informação destes sites nas redes sociais.

As páginas de notícias falsas criadas pela Forsaken têm mais alvos, entre os quais João Galamba, João Gomes Cravinho, Maria Flor Pedroso, Ricardo Costa, António Costa, Azeredo Lopes e Jerónimo de Sousa. Num dos sites – Direita Política – “bufo“, “corrupto” e “aberração” são alguns dos objetivos escolhidos para descrever os alvos.

Para João Fernandes, segundo a edição do DN, tudo aquilo que escreve é justificado pelos seus ideais, uma vez que se encontra “descontente com a falta de contraditório que existia na comunicação social”. A criação da página política, onde conta com a colaboração de várias pessoas, tem como objetivo a “divulgação de atos de corrupção“.

Na opinião do dono da Forsaken, as imagens não merecem ser consideradas fake news. “É comum sempre que divulgamos alguma notícia sobre alguma figura pública que está envolvida em corrupção aparecerem algumas pessoas nas redes sociais a tentar desmentir os factos. Relativamente a isso não dou qualquer importância“, diz João Fernandes.

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, já pediu desculpa no Parlamento Europeu, admitindo que a plataforma permitia a difusão rápida de notícias falsas. “Também se tornou evidente que nos últimos anos não fizemos o suficiente para evitar que as ferramentas que construímos fossem usadas de forma errada”, confessou.

A divulgação de fake news é um dos maiores problemas da Internet da atualidade. Em Itália e na Alemanha, as notícias falsas já são consideradas crime.

Recentemente, no Brasil, foi aberta uma ação para investigar a campanha de Bolsonaro, devido a um suposto esquema ilícito de distribuição em massa de mensagens através do WhatsApp. Decorrem ainda investigações sobre o uso de dados de milhões de utilizadores do Facebook para o favorecimento do Brexit, no Reino Unido, e da eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos.

A preocupação global já se estende a vários países europeus e pode não estar muito distante de Portugal.

ZAP //

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1 Comment

  1. não sou jornalista nem tinha de o ser para ter opinião,sou apenas um simples cidadão que já atravessou 74 anos de bons e maus momentos individuais, processuais, institucionais etc e tambem alguns de internet.A minha simples opinião resume-se a:nos dias que correm as noticias (fake ou não) corre o mundo em segundos, coisas da evolução da humanidade contra as quais nada vejo antes pelo contrario,contudo a liberdade com que se analisam as mesmas e á sombra da literacia dos nossos dias e dos interesses em jogo, sob os quais se espezinha tudo o que não seja expetacular,criamos dois angulos de visão,o jornalistico (por vezes de algibeira com erros ortograficos a mistura)mas tambem o jornalismo culto evoluido e de visão do real etc etc a seguir vem o envicionamento dos factos por ignorancia ou intenção,Sem filtros tudo se transforma em espetaculo ai temos uma grande parte do que eu só leio para poder comentar e depois deitar para o lixo que no meu entender é o sitio proprio para uma enorme quantidade de informação que nos rodeia.Enquando não se consegue disciplinar aquilo que nos dá a liberdade(melhor libertinagem) de no restrito espaço privado ou talvez não, dizermos ou fazermos o que nos dá na real gana, só dispomos dos “filtros” intelectuais individuais e que poucos sabem usar.Baseado nestes factos resta-nos as geraçôes vindouras com filtros secantes para que as tais noticias não tenham alimentadores e por consequencia sequem OPINIÂO .

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