O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou esta quinta-feira fechar a fronteira entre os Estados Unidos e o México, numa altura em que milhares de migrantes atravessam a pé vários países da América Central na esperança de chegar ao território norte-americano.
“Devo pedir ao México, nos termos mais fortes, para travar este assalto – se não for capaz, chamarei o exército norte-americano e encerrarei a nossa fronteira do sul”, escreveu Donald Trump, numa mensagem no Twitter, utilizando letras maiúsculas na última parte da frase para acentuar a sua posição.
Com esta mensagem, Trump recuperou um dos principais temas da sua campanha presidencial de 2016, a três semanas das eleições intercalares norte-americanas consideradas cruciais para o seu mandato na Casa Branca.
Estas eleições estão agendadas para 6 de novembro e vão determinar a composição do Congresso americano.
Milhares de hondurenhos, incluindo famílias inteiras, prosseguiram na quarta-feira com uma marcha apelidada como a “Marcha dos Migrantes”, por vários países da América Central com o objetivo de entrar nos Estados Unidos, desafiando assim a figura do presidente americano.
Donald Trump tem ameaçado com represálias os países que deixarem passar esta caravana de migrantes – nomeadamente com o corte nas ajudas económicas.
Esta grande movimentação de migrantes começou no passado sábado, quando cerca de dois mil migrantes hondurenhos saíram a pé de San Pedro Sula, a cerca de 180 quilómetros a norte da capital das Honduras, Tegucigalpa, em resposta a um apelo publicado nas redes sociais.
Fugir da miséria, da violência de grupos criminosos organizados nas Honduras e alcançar o “sonho americano” são as principais motivações destas pessoas.
Após várias horas de tensão com as forças policiais, a “marcha” de migrantes cruzou a fronteira da Guatemala, país situado entre as Honduras e o México, e dividiu-se em dois grupos em direção à capital do país.
Exaustos após várias horas de caminhada, sob sol ou chuva, cerca de mil migrantes chegaram na noite de terça para quarta-feira à Cidade da Guatemala, a capital do país.
Um outro grupo de migrantes, com cerca de mil pessoas, encontrava-se nesse momento na região leste da Guatemala, também a caminho dos Estados Unidos.
Outro grupo de hondurenhos, perto de 500, cruzou na quarta-feira a fronteira com El Salvador, com a intenção de atravessar o país e juntar-se na região norte da Guatemala à “Marcha dos Migrantes”.
Ainda nas mensagens publicadas esta quinta-feira no Twitter, Donald Trump renovou a ameaça de cortar as ajudas financeiras aos países da América Central envolvidos nesta situação.
Os tweets presidenciais de hoje de manhã também visaram os membros do Partido Democrata norte-americano que, segundo Trump, querem “abrir as fronteiras” ao abrigo de “leis fracas” que não são da responsabilidade da atual administração.
O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, desloca-se esta quinta e sexta-feira ao Panamá e ao México.
// Lusa