A primeira-ministra britânica, Theresa May, admitiu esta segunda-feira que “ainda é possível” um acordo que permita uma saída ordeira do Reino Unido da União Europeia, mas a divergência que resta com Bruxelas é “frustrante.
Numa declaração no parlamento sobre o andamento das negociações para ao Brexit, May disse terem sido feitos progressos, porém existe um impasse sobre uma solução temporária necessária para a fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte.
“Não acredito que o Reino Unido e a UE estejam longe [de um acordo]. Ambos concordamos que o Artigo 50 não pode fornecer a base legal para um relacionamento permanente. E ambos concordamos que essa solução deve ser temporária”, afirmou.
Porém, a primeira-ministra britânica declarou que o governo não podia aceitar a sugestão da UE para a Irlanda do Norte permanecer alinhada com o mercado único europeu enquanto não fosse alcançado um acordo comercial bilateral pós-Brexit.
“É claro que é frustrante que quase todos os pontos restantes de discórdia estejam focalizados na forma como vamos gerir um cenário que ambos os lados esperam que nunca venha a acontecer. E que, se acontecer, será apenas temporário”, confiou.
Porém, manifestou esperança que este desacordo não inviabilize “as perspetivas de um bom acordo e nos deixe sem acordo, o que ninguém deseja. Continuo a acreditar que um acordo negociado é o melhor resultado para o Reino Unido e para a União Europeia. Eu continuo a acreditar que tal acordo é possível”.
O líder do principal partido da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, desafiou a primeira-ministra a “colocar o país acima do partido e enfrentar as vozes irresponsáveis dos seus deputados e dentro do governo por quem o país foi mantido refém muito tempo”.
As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia chegaram a um novo impasse neste fim de semana, dois dias antes do início, na quarta-feira, de um Conselho Europeu dedicado ao tema, devido à questão da fronteira entre a Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte.
// Lusa