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Aliança é novo partido de Pedro Santana Lopes

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José Sena Goulão / Lusa

Pedro Santana Lopes

O novo partido do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes vai chamar-se Aliança e a recolha de assinaturas para se constituir formalmente arranca na próxima semana.

De acordo com declarações de Santana Lopes ao Expresso, o futuro partido será “personalista, liberalista e solidário. Europeísta, mas sem dogmas, sem seguir qualquer cartilha e que contesta a receita macroeconómica de Bruxelas”.

O antigo militante do PSD que concorreu este ano à liderança dos sociais-democratas, em eleições que perdeu com 46% dos votos para Rui Rio, diz agora que a Aliança quer “garantir representação política” para poder “participar no processo de decisão, seja no Governo seja na oposição”.

Nos excertos da declaração de princípios a que o Expresso teve acesso, refere-se que “Portugal precisa de reforçar a sua atitude perante a União Europeia” e internamente constitui um “imperativo absoluto” o combate à desertificação e abandono do território.

Quanto ao Sistema Nacional de Saúde defende: “[Devemos estimular] o investimento em seguros de saúde eficazes” com o Estado a acompanhar esse esforço dos portugueses com “deduções fiscais efetivas”.

Na economia, quer Orçamentos do Estado “equilibrados” e um rigoroso “controlo da despesa pública” com “políticas de consolidação da dívida pública que não limitem a margem de manobra orçamental” e uma “forte redução da carga fiscal”.

Critico da decisão de Rui Rio de ter dado liberdade de voto aos deputados na despenalização da eutanásia, o futuro partido defende: “respeitamos a liberdade religiosa e valorizamos a dimensão espiritual da pessoa. Rejeitamos as visões utilitaristas e egoístas da vida humana”.

O novo partido que já tem símbolo de cor azul propõe ainda a “criação do Senado, com a representação das diferentes regiões do país” com o objetivo de aproximar eleitos dos eleitores.

Santana Lopes não revela outros nomes que fazem parte da nova organização, mas adianta que a página do partido será lançada na próxima semana.

Na semana passada, o Diário de Notícias noticiava que a saída de Santana do partido tinha gerado algum mal estar entre os que o apoiavam. Além disso, o ex-primeiro ministro não terá conseguido levar “nomes de peso” do PSD para o novo partido.

No final de junho, o antigo primeiro-ministro (2004/2005) afirmou, em entrevista à Visão, que a sua intervenção política no PSD “acabou”, mas na ocasião não esclarecia se se iria desfiliar deste partido ou fundar uma nova formação política.

Em agosto, comunicou a decisão de sair do partido através de uma carta aberta aos militantes, pondo fim a 40 anos de militância no PSD.

Na carta de despedida, Pedro Santana Lopes considera: “não faz sentido continuar numa organização política só porque já estamos há muito, ou porque em tempos alcançamos vitórias e concretizações extraordinárias se, no passado e no tempo que importa, no tempo presente, não conseguimos fazer vingar ideias e propostas que consideramos cruciais para o bem do nosso país”.

Entre os exemplos que cita de ideias que defendeu, e das quais “o PSD nunca quis saber”, para a Política Agrícola Comum, a desertificação do interior ou ainda as críticas ao poder “discricionário” de demissão do Governo atribuído ao Presidente da República.

Recordando o episódio em que foi demitido de primeiro-ministro pelo então Presidente da República Jorge Sampaio, Pedro Santana Lopes reconhece que talvez se devesse ter desfiliado na altura, mas não deixa de criticar o PSD.

ZAP // Lusa

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