A Ordem dos Veterinários alertou esta sexta-feira para o aumento de animais abandonados e realojados em centros de recolha, admitindo estar preocupada com a entrada em vigor da lei que proíbe o abate de animais errantes.
De acordo com a Ordem liderada por Jorge Cid, registou-se, em 2017, um aumento de 22% no número de animais abandonados, face ao ano anterior, sendo que, este ano, já foram recolhidos 14 mil animais.
“O número de abandonos em Portugal continua a ser muito expressivo, realidade que deixa a Ordem dos Médicos Veterinários apreensiva face à capacidade dos Centros de Recolha Oficiais para acolherem e tratarem estes animais”, referem os veterinários em comunicado divulgado na véspera do Dia Internacional do Animal Abandonado, que se assinala no sábado.
Embora diversas entidades estejam a trabalhar para dar resposta a estes números, o esforço ainda é insuficiente, admite a Ordem. Para os veterinários, o problema vai até agravar-se quando, daqui a cerca de um mês, entrar em vigor a lei que proíbe o abate de animais errantes como forma de controlo da população.
Este ano, e segundo dados associados à campanha de vacinação antirrábica disponibilizados pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária, já foram recolhidos cerca de 14 mil animais em Centros de Recolha Oficiais – número que o bastonário Jorge Cid considera dever-se, “em grande medida, a desinformação face à nova lei”, que leva “a um abandono precipitado dos animais”.
O bastonário lembrou ainda que a Ordem lançou um cheque-veterinário “para ajudar a resolver este problema e garantir o cumprimento da lei com o necessário apoio da classe médico-veterinária”.
O cheque-veterinário serve para apoiar os municípios a cuidar de animais abandonados sem os abater, mas também os centros de recolhimento e até famílias carenciadas.
Para tal, existe uma rede de prestação de cuidados de saúde primários, nomeadamente vacinas, desparasitação e esterilização, e que já conseguiu tratar dois mil animais em 201 centros de atendimento de 12 municípios.
“A forma positiva como o cheque-veterinário está a ser recebido e implementado revela uma importante tomada de consciência por parte das entidades decisoras relativamente a este problema real que são os animais em risco no nosso país”, afirmou.
Em Portugal, mais de metade dos lares têm, pelo menos, um animal de estimação e têm sido criadas medidas para promover os direitos e bem-estar quer dos animais quer dos donos.
Em maio do ano passado, os animais conquistaram um novo estatuto jurídico, que os reconhece como seres vivos dotados de sensibilidade e os autonomiza face a pessoas e coisas.
A lei não é, no entanto, consensual, já que, por exemplo, o abandono de um cão ou de um gato à porta de uma associação ou de um canil municipal, durante uma noite ao frio e à chuva, só é punida se daí lhes advier danos graves que lhes causem a morte ou sofrimento para o resto da vida.
Por enquanto, o abandono sem dolo é um ato reprovável, mas não é punível. Estas medidas “ajudam a combater estes números, mas, infelizmente, ainda não são suficientes”, concluiu Jorge Cid.
ZAP // Lusa
Eu adopto um cão (não uma cadela) que não tenha mais de seis meses (para poder educá-lo corretamente) e que seja autenticado de pastor alemão puro. Poderei até adoptar dois. Se os houver abandonados ou maltratados e só responderem com dados de localização.
eu estou muito preocupado que nao haja uma lei que abata veterinaries, idiotas apresemtem solucoes seus criminosos de animais, quem sois para tiorarem vidas
Tanto coração para os animais e nenhum para os humanos. Que lindo. Vamos longe, com gente desta.