Equipas de mergulhadores da Guarda Civil espanhola, especializados em espaços confinados, deverão realizar esta sexta-feira uma cadeia humana subaquática no interior do pesqueiro português Santa Ana, naufragado nas Astúrias, para limpar os destroços existentes.
“Os mergulhadores entrarão pela proa e depois vão descendo ao longo do navio, limpando os destroços e os objetos que flutuam”, explicou à Lusa uma fonte do Salvamento Marítimo espanhol. “Não há perspetivas sobre quanto tempo pode demorar a operação, porque há muitos detritos e objetos na zona e a operação é complexa”, sublinhou.
Depois de várias tentativas, os membros da Guarda Civil e do Salvamento Marítimo – estão atualmente cerca de 30 mergulhadores a trabalhar nas buscas – conseguiram na tarde de quinta-feira estabilizar a embarcação, o que permitirá aceder hoje ao seu interior.
Será a primeira vez desde o naufrágio, na madrugada de segunda-feira, que se poderá comprovar se os corpos dos seis desaparecidos, entre os quais o português Vítor José Farinhas Braga, estão no interior do navio. Os mergulhadores tiveram que realizar duas tentativas de estabilizar o navio, com a ajuda de cabos e correntes e do rebocador Alonso de Chaves, até conseguirem colocá-lo na vertical, sobre uma greta no fundo marinho.
Em conferência de imprensa em Avilés, nas Astúrias, o capitão da Guarda Civil local, Carlos Martinez, e o diretor de operações do Salvamento Marítimo, Joaquín Maceiras, confirmaram na quinta-feira que o navio ficou numa posição “absolutamente estável” pelo que as equipas poderão entrar “com toda a segurança”.
Todos os recursos disponíveis
Um amplo dispositivo de meios marítimos e aéreos tem estado na zona do acidente desde segunda-feira e foi reforçado hoje com a participação do avião de reconhecimento SACEMAR 102, que partiu de Santiago de Compostela (Galiza) e está a realizar buscas à superfície, ao longo de toda a costa asturiana.
O Salvamento Marítimo terá ainda na zona três embarcações – a Concepción Arenal, a Salvamar Rigel e o rebocador Alonso de Chaves – e o helicóptero Helimer 203.
A Guarda Civil apoia as suas equipas especializadas de mergulho com duas embarcações de patrulha, a Río Nalón e Río Miño e um helicóptero, estando ainda na zona um outro helicóptero dos Bombeiros das Astúrias e uma lancha da Cruz Vermelha.
/Lusa
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