Cerca de 100 milhões de raparigas de países pobres e médios não sabem ler, revelou hoje a UNESCO, instando à colocação da igualdade de género no centro da nova agenda mundial do desenvolvimento.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) sublinhou o “grave desequilíbrio entre os géneros” de que padece a educação à escala mundial, na abertura, hoje, da 58.ª sessão da Comissão do Estatuto Jurídico e Social da Mulher.
Dados de 2011 indicam que só 60 por cento dos países alcançaram a paridade no ensino básico e 38 por cento no ensino secundário.
Essas percentagens caem para 20 e 10 por cento, respetivamente, no caso dos países de baixos rendimentos.
De acordo com a UNESCO, as meninas dos países árabes são as que se encontram em pior situação, seguidas das da Ásia meridional e ocidental e da África Subsaariana.
“Com as tendências atuais, prevê-se que só 70 por cento dos países terá alcançado a paridade no ensino primário em 2015 e unicamente 56 por cento o terá conseguido no segundo ciclo do ensino secundário”, indicou a agência especializada da ONU em comunicado.
Segundo um relatório concluído entre 2013 e 2014, até 175 milhões de jovens de países em desenvolvimento não sabem ler e, deles, 61 por cento são mulheres.
A UNESCO frisou, por isso, a necessidade de consagrar a promoção da igualdade, especialmente no âmbito educativo, como objetivo fulcral da nova agenda do desenvolvimento.
“É simplesmente intolerável que as meninas fiquem para trás. Para as meninas pobres, a educação é uma das vias mais poderosas para um futuro melhor, que as ajudará a escapar ao círculo vicioso da pobreza”, afirma, no documento, a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
/Lusa