Dionísio Castro entrou na corrida à presidência do Sporting para “levantar” o clube, projeto no qual conta com o treinador Jorge Jesus.
O antigo atleta olímpico português Dionísio Castro confirmou, esta sexta-feira, à agência Lusa, em Luanda, que está disponível para concorrer à presidência do Sporting, para “levantar” o clube, projeto no qual conta com o treinador Jorge Jesus.
“Tenho praticamente 20 anos de Sporting, como atleta de alta competição, sou sportinguista há muitos anos, e fui, sem sombra de dúvida, um dos grandes apoiantes do doutor Bruno de Carvalho, e cheguei à conclusão que nos últimos dias o Sporting Clube de Portugal tem estado pelas ruas da amargura”, começou por afirmar.
O antigo atleta, de 54 anos e há quatro anos radicado, como empresário, em Angola, diz que foi o apoio de “amigos e notáveis” do clube que lhe “deram muita força” para avançar para a liderança do Sporting.
“Foi uma candidatura muito bem ponderada e a partir deste momento não podemos mais parar, temos de ir para a frente. Vamos tentar levantar de novo o Sporting. O Sporting é muito grande, é de facto um fardo muito pesado, mas vamos ter capacidade para que o nosso Sporting volte àquilo que era antigamente”, afirmou.
Sobre o momento atual, diz que não se identifica com o que vê no clube há várias semanas. “Não lhe vou dizer que tenho vergonha deste Sporting, porque acima de tudo o Sporting Clube de Portugal não tem culpa de quem o está a dirigir.”
Dionísio Castro confessa que chorou “muitas vezes”, como atleta e como sportinguista, por vários resultados negativos, mas assegura que nunca imaginou um cenário como o atual: “Este último Sporting jamais estava à espera que acontecesse.” Daí apelar à saída o mais rapidamente possível de Bruno de Carvalho.
“Conheci muitos presidentes, muitos jogadores, treinadores, dirigentes de todo o calibre, mas como esta direção atual nunca vi. E digo sinceramente, como amigo que fui do Bruno de Carvalho, e que o respeito, eu acho que ele devia ter a coragem e a humildade suficiente de deixar de denegrir tanto a imagem do nosso Sporting Clube de Portugal e demitir-se calmamente e que saia com alguma dignidade”, apelou.
Afirma que já trocou mensagem com Jorge Jesus, o atual treinador, e que será o seu, se possível com contrato prolongado, caso chegue à presidência dos ‘leões’.
“Ele tem contrato com o Sporting Clube de Portugal e nós não nos podemos dar ao luxo de despedir um dos melhores treinadores do mundo. Um grande líder”, disse, sublinhando a “liderança e profissionalismo” do treinador, na instituição e junto do plantel, nas últimas semanas.
“Se não fosse ele não sei se aquela tragédia que aconteceu no Sporting Clube de Portugal não teria sido pior. E por isso, Jorge Jesus, meu treinador na hora. E se possível, e se ele assim achar por bem, para renovar contrato com ele, porque nós devemos-lhe muito”, assumiu.
Dionísio Castro apelou ainda à “calma” entre os jogadores leoninos e disse que terá capacidade, se for eleito, para recuperar a carreira daqueles profissionais, pedindo mesmo “desculpas” pelas últimas semanas, sempre com Bruno de Carvalho na mira.
“Desrespeitou os sportinguistas, os nossos profissionais e as famílias dos nossos profissionais. Não admito a ninguém, e nomeadamente ao presidente atual do meu clube, deixar uma imagem tão negativa em relação ao Rui Patrício, entre outros. Tenho muita pena que isto tenha acontecido”, concluiu.
A crise que se vive no Sporting iniciou-se no dia 15 de maio, quando cerca de 40 alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica, tendo sido agravada com a investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol.
Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral, a maioria dos membros do Conselho Fiscal e parte da direção, apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo, tendo na quinta-feira sido marcada para 23 de junho uma Assembleia Geral de distituição do Conselho Diretivo.
// Lusa