O Presidente dos Estados Unidos reforçou o seu apoio à nomeação de Gina Haspel como diretora da CIA, acusada de ser responsável pelos mecanismos de tortura usados pelas autoridades norte-americanas depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Donald Trump defendeu, esta segunda-feira, Gina Haspel, nomeada para presidir à CIA e que deverá ser ainda confirmada pelo Senado, após críticas à sua alegada participação em atos de tortura após o 11 de setembro.
“A minha muito respeitada nomeada para ser diretora da CIA, Gina Haspel, foi criticada porque foi demasiado dura com os terroristas”, disse Trump na sua conta na rede social Twitter. “Pensem nisto, nestes tempos perigosos, temos a pessoa mais qualificada, uma mulher, que os democratas querem FORA porque é demasiado dura com o terrorismo.”
Haspel, que assumiu interinamente a direção da CIA há duas semanas, deverá submeter-se na quarta-feira a um processo de confirmação no Senado que se antevê complicado devido às acusações sobre a sua alegada participação em atos de tortura.
O The Washington Post escreveu, na sexta-feira, que Haspel estaria a ponderar retirar a sua candidatura antes da sessão no Senado para proteger a sua imagem e a da CIA. No entanto, funcionários da Casa Branca disseram, entretanto, que o Presidente mantém o seu apoio e que Haspel não irá retirar-se.
Os media norte-americanos têm acusado Haspel de ter sido a máxima responsável de uma prisão secreta na Tailândia, para a qual foram transferidos vários presumíveis terroristas islamitas que sofreram graves formas de tortura.
Haspel, que poderá converter-se na primeira mulher a dirigir agência de informações norte-americana, também foi acusada de ter eliminado todas as provas dessas práticas.
Desde que Trump designou Haspel para o cargo, em março, a CIA e a Casa Branca têm levado a cabo uma intensa campanha para limpar a imagem da agente especial.
A CIA enviou material para o Senado, nomeadamente alguns documentos classificados, para que os senadores possam perceber melhor o trabalho da candidata no Centro de Contraterrorismo, que coordenou o programa de interrogatórios criticado, mas também outros aspetos da sua carreira de 33 anos, mais de 30 dos quais como agente secreta.
Segundo a RTP, não é certo que Haspeç seja confirmada pelo Senado. Vários dirigentes democratas, inclusivamente, já garantiram que votarão contra a nomeação da primeira mulher à frente da CIA.
John McCain, senador republicano, sublinhou que Haspel deverá explicar de forma concreta o seu envolvimento no programa de interrogatórios da CIA e comprometer-se com o respeito da legislação norte-americana e com o fim da tortura.
Gina Haspel foi escolhida por Donald Trump para substituir Mike Pompeo na chefia da agência de inteligência norte-americana em março de 2018. Pompeo foi por sua vez nomeado para liderar a diplomacia dos Estados Unidos, substituindo Rex Tillerson no cargo de Secretário de Estado.
ZAP // Lusa