A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) recebeu 70.111 reclamações em 2017, um crescimento de 18,4% face ao ano anterior.
No ano passado, o número de reclamações recebidas pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) aumentaram em 18,4% em comparação com 2016 enquanto que o número de elogios sofreu um decréscimo.
A ERS recebeu no ano passado 70.111 reclamações relativas a prestadores de saúde, públicos ou privados. Em média, a insatisfação com os prestadores de cuidados originou 192 queixas diárias, uma acréscimo em relação a 2016, quando a ERS recebeu 59.224 reclamações.
A informação consta do Relatório de Atividades e Gestão 2017 da ERS, entregue este mês no Parlamento e citado pelo Público. Segundo este documento, os temas que originaram mais queixas são os mesmo do ano anterior: procedimentos administrativos (20,3%), tempos de espera (19,5%) e questões relacionadas com a focalização no utente (17,0%).
A maior parte dos processos terminados no ano passado não precisou de intervenção adicional, mas em 3,8% das situações a análise continuou, quer através de novos processos de avaliação quer através de inquéritos ou ações de fiscalização. Ainda assim, menos de 1% das reclamações “foram objeto de encaminhamento externo”.
Das mais de 32 mil reclamações registadas no primeiro semestre de 2017, 70,5% eram dirigidas a prestadores públicos. Ainda assim, foram também as entidades públicas que receberam a maior parte dos elogios nos primeiros seis meses do ano.
O relatório não permite saber se esta tendência se manteve no resto do ano, mas mostra que o número total de elogios em 2017 desceu em comparação com o período homólogo, passando de 9438 para 8908.
Segundo o jornal, os utentes também parecem querer estar mais informados sobre os seus direitos. No ano passado, a ERS respondeu a 728 pedidos de informação por escrito, quando em 2015 e 2016 estes não chegaram aos 300 em cada um dos anos.
“Como sei que sou isento do pagamento de taxas moderadoras?”, “Tenho uma cirurgia marcada num hospital público, qual o tempo de espera para realização da mesma?”, “Não tenho médico de família, como obter uma consulta no centro de saúde?” e “Como efetuar uma reclamação?” são exemplos de perguntas colocadas à ERS.
Em relação às perguntas por chamada telefónica, registou-se um aumento de 8% (3838 chamadas) em relação a 2016.
Durante o ano passado, a ERS efetuou um total de 650 fiscalizações, com a maioria a terminar em arquivamento, dos quais 162 juntavam uma proposta de abertura de processo de contra-ordenação. Em nove dos processos foi também aplicada a medida cautelar de suspensão da atividade.