As mulheres na União Europeia (UE) trabalham mais 59 dias do que os homens para conseguirem ganhar o mesmo salário, sendo Portugal um dos países onde há mais disparidades salariais, segundo dados hoje divulgados em Bruxelas.
As disparidades salariais entre homens e mulheres – diferença média entre a remuneração horária dos homens e das mulheres no conjunto da economia – quase não sofreram alterações nos últimos anos, continuando a situar-se nos 16%, sem alteração em relação a 2013.
Esta percentagem, segundo a Comissão Europeia, significa que as mulheres europeias continuam a trabalhar de graça 59 dias.
Os dados mais recentes revelam, em média, disparidades salariais de 16,4% entre homens e mulheres, em 2012, a nível da UE.
Segundo Bruxelas, na Dinamarca, República Checa, Áustria, Países Baixos e Chipre regista-se uma tendência contínua para a diminuição, ao passo que outros países, como a Polónia e a Lituânia, inverteram esta tendência em 2012.
Aumento das disparidades
Portugal é um dos Estados-membros, a par da Hungria, Estónia, Bulgária, Irlanda e Espanha, onde as disparidades salariais entre homens e mulheres aumentaram nos últimos anos.
No caso português, a subida foi de cerca de 9%, em 2008, para os 12% em 2012, abaixo da média europeia.
Entre as práticas correctas para combater a diferença salarial entre géneros, a Comissão europeia destaca uma resolução aprovada por Portugal em 8 de março de 2013 que inclui medidas destinadas a garantir e a promover a igualdade de oportunidades e resultados entre homens e mulheres no mercado do trabalho, inclusive a eliminação das disparidades salariais.
As medidas abrangem a apresentação de relatórios sobre as disparidades salariais entre homens e mulheres, repartidas por setor.
Hoje é o Dia Europeu da Igualdade Salarial, sendo a data assinalada no dia em que as mulheres começam efetivamente, por comparação com os homens, a ser remuneradas pelo seu trabalho.
/Lusa