Durão Barroso prometeu mas não cumpriu (e fez lóbi pelo Goldman Sachs)

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José Manuel Durão Barroso

Durão Barroso tinha prometido que não faria lóbi pelo banco de investimento Goldman Sachs junto das autoridades europeias mas não conseguiu cumprir a sua promessa, como revela um comissário da União Europeia.

A saída de Durão Barroso da Comissão Europeia para o banco de investimento Goldman Sachs deu muito que falar, gerando controvérsia e muitas críticas ao antigo primeiro-ministro português.

Na altura, Durão Barroso viu-se obrigado a escrever uma carta à Comissão Europeia onde assinalava que se comprometia a “não fazer lóbi em nome do Goldman Sachs”. Noutra missiva a Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, Durão reafirmava que não tinha sido “contratado para fazer lóbi em nome da Goldman Sachs”.

Mas um comissário europeu revela agora que manteve um encontro com Durão Barroso num hotel, num acto que é visto como uma acção de lóbi do conselheiro português do Goldman Sachs.

“Encontrei-me com o Dr. Barroso da Goldman Sachs no Hotel Silken Berlaymont em Bruxelas, a 25 de Outubro de 2017”, refere o comissário Jyri Katainen, que preside à comissão de Emprego e Crescimento da UE, numa carta citada pelo EU Observer.

“O sr. Barroso e eu fomos os únicos participantes nesta reunião, onde discutimos sobretudo assuntos de comércio e de defesa“, frisa ainda Katainen na carta datada de 31 de Janeiro de 2018 e enviada ao Observatório Corporativo da Europa, uma organização sem fins lucrativos que inspecciona o lóbi.

O Comité de Ética da Comissão Europeia que analisou o caso de Durão Barroso concluiu que o ex-político português tomou uma decisão pouco sensata, quando rumou ao Goldman Sachs, mas que não violou as regras de conduta da UE.