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Eurodeputados pedem investigação à nomeação de Durão Barroso no Goldman Sachs

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European Parliament / Flickr

O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso

Mais de 50 deputados do Parlamento Europeu, incluindo quatro portugueses, pediram à Provedora de Justiça Europeia que investigue se a nomeação do antigo presidente da Comissão Europeia para a Goldman Sachs viola as regras comunitárias.

A carta, com a data de hoje, e à qual a Lusa teve acesso, é uma iniciativa da deputada italiana do Grupo de Esquerda Unitária (GUE) Barbara Spinelli – filha de Altiero Spinelli, considerado um dos pais fundadores da União Europeia, e que dá nome precisamente a um dos edifícios do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

O documento foi subscrito por outros 52 deputados, entre os quais Ana Gomes e Maria João Rodrigues (PS), Marisa Matias (Bloco de Esquerda) e Marinho e Pinto.

Na missiva enviada a Emily O’Reilly, os eurodeputados argumentam que o artigo 245 do Tratado sobre o Funcionamento da UE e o próprio código de conduta para os Comissários aponta que o “dever de integridade e discrição” exigido aos comissários deve aplicar-se mesmo passado o período de 18 meses após cessarem funções, respeitado por Durão Barroso (presidente da Comissão entre 2004 e 2014) até aceitar o cargo de presidente não-executivo da Goldman Sachs International.

“Tendo em consideração o papel proeminente desempenhado, à época, pela Comissão Europeia na resposta às consequências da crise económica e financeira à escala europeia, pedimos à Provedora de Justiça Europeia que investigue se a nomeação do Sr.Barroso (…) pode constituir uma violação” da carta de direitos fundamentais da UE.

Por outro lado, os eurodeputados perguntam a O’Reilly se não considera discriminatório o facto de o código de conduta dos comissários prever que os mesmos podem assumir cargos sem necessidade de autorização prévia uma vez atingido o período de 18 meses desde que terminaram funções, quando o regulamento para todo o restante pessoal das instituições contempla um prazo de dois anos (24 meses).

“Finalmente, reiteramos o pedido, já formulado à Provedora de Justiça Europeia, de uma revisão do Código de Conduta dos Comissários, de forma a reforçar a sua transparência e colocá-lo em conformidade com as regras dos Tratados”, concluem os eurodeputados.

A nomeação de José Manuel Durão Barroso para o grupo norte-americano foi alvo de muitas críticas, tendo diversos sindicatos representativos de funcionários das instituições europeias deplorado em cartas abertas a ida do antigo presidente da Comissão para o banco, considerada “moralmente inaceitável” pelo Presidente francês, François Hollande.

/Lusa

3 Comments

  1. Pelos vistos a Raquel não deve saber o que é a Goldman Sachs… Ou que a dor de cotovelo não é uma doença, pois não se encontra em nenhum manual de medicina.
    Ele que se “deite com o inimigo”. A máscara caiu. Só demonstrou não ter qualquer ética nem moral. Tudo por amor ao dinheiro.

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