O novo veredito foi conseguido com o testemunho de um dos homens que o tinha detido inicialmente, apontando falhas no processo que considerou culpado este norte-americano de ascendência porto-riquenha.
Em menos de meia hora, o juri do caso reivindicou a tentativa com mais de 20 anos de Edward Garry para limpar o seu nome, declarando-o inocente de um homicídio de um polícia reformado, Oswald Potter, que data de 1995.
Garry tinha vinte anos quando foi acusado do homicídio do polícia Potter, segundo a revista The New Yorker. Para a semana, Garry faz 43. Edward passou duas décadas na prisão e só no ano passado pôde sair sob fiança, depois de um juiz ordenar um novo julgamento para ele.
Um dos advogados de Garry, Glenn Garber, disse que, quando o juri eu o novo veredicto, um dos jurados começou a chorar e um outro abraçou-o no corredor e pediu-lhe desculpa que isto lhe tivesse acontecido a ele. “Ainda parece um sonho“, disse Garry. “Ainda não caí na realidade”.
O assassínio aconteceu em 1995, numa mercearia do Bronx, durante um assalto à mão armada feito por dois homens. O detetive reformado Oswald Potter, na altura com 62 anos, acabou por morrer no hospital depois de ter tentado impedir o assalto e ter sido alvejado no peito.
Na altura do assalto, Edward Garry tinha registo criminal por vender droga, tendo mesmo chegado a passar algumas noites na esquadra. Com a sua fotografia nos registos da polícia, os agentes apresentaram-na às duas testemunhas do assalto para ver se conseguiam identificar os suspeitos.
Uma das testemunhas apontou Edward Garry como o atirador. A outra disse que pensava tratar-se dele, mas não tinha a certeza. Garry foi detido de imediato, à espera de julgamento, ainda que sem confissão ou provas físicas que o associassem ao crime.
A luz ao fundo do túnel chegou para Garry 22 anos após a sua detenção. Ao estilo da série norte-americana “Casos Arquivados”, o detetive Forcelli dedicou-se a investigar casos que foram dados como concluídos e arquivados. Em 2015, 157 cidadãos foram ilibados de crimes que não cometeram nos EUA.
A condenação de Garry foi feita, sobretudo, com base no testemunho de duas pessoas que terão assistido ao episódio, numa altura em que era dado muito peso à identificação dos suspeitos e aos relatos das testemunhas.
Na altura do julgamento, em 1997, o júri duvidou do álibi de Garry que disse que, na altura do homicídio, estava em casa com os pais. Por isso, o, na altura, jovem Garry foi condenado a pena de prisão entre os 25 anos e a prisão perpétua.
Em 2006 a verdade começou a vir ao de cima, quando um homem interrogado disse que tinha participado no assalto e descreveu o que tinha acontecido, identificando um outro assaltante, que seria o responsável pelos disparos – e que não era Garry.
Em 2015 e em 2016, o detetive Forcelli, que tinha sido um os responsáveis pela detenção de Garry, acabou por testemunhar também em tribunal, mas desta vez em defesa de Garry, justificando que acreditava que tinham incriminado a pessoa errada.
Forcelli disse que, apesar de ter uma carreira de combate às injustiças, acabou por causá-las também: “Privei-o dos anos que para mim foram os melhores da vida, os anos em que me casei, os anos em que tive filhos”.
“No final, ele deu-me um aperto de mão e agradeceu-me por ser honesto”, disse o detetive. Agora, Garry procura dar um novo rumo à sua vida, em liberdade. Mas não esquece o passado: “Perdi a minha vida por uma coisa com a qual nada tive a ver”.
A pergunta que se exige, perante casos desta natureza: “Que função tem um Estado e a Justiça, para compensar toda esta injustiça”, no que toca à sua reinserção social, apoio na vida presente, os meios à sua disposição ao integrar-se na sociedade, a sua sustentabilidade, etc, etc.
Finalmente, 157 cidadãos foram ilibados de crimes que não cometeram nos EUA???? outra pergunta, afinal é este o país do Tio Sam? o país que se diz o guardiã do Mundo, que se diz o mais democrata e dar exemplos desta natureza? desculpem, assim não. !!! Pode ser tudo isto e mais a soma do que quiserem, mas não dá lições a ninguém no que toca à injustiça, da “Justiça” Tenho dito.
Tenho alguma dificuldade em compreender e aceitar o seu 2º parágrafo. O 1º é inquestionável, houve erro, e continuará a existir, infelizmente, seja nos USA, seja no resto do mundo. E ao falar em resto do mundo, não podemos esquecer que este não pode ser ilibado de milhões, milhões, e milhões de pessoas que já morreram, inocentemente, e para a qual nunca ninguém assumiu a sua responsabilidade. Veja, só, o caso da URSS: morreram milhões nos calabouços do Gulag, quem é que assume essa responsabilidade. Quem? Não vá buscar a fraseologia da esquerda, porque isso é treta.
Meu caro Senhor, Coruja56, quem falou em política não fui eu rigorosamente, e em circunstância alguma. Para mim a política seja ela de que quadrante for, nos tempos que ocorrem não tem qualquer credibilidade, e dos políticos sem nenhuma formação ainda pior. Repito, de que quadrante for.
Finalmente não vou nem quero discutir as suas ideias, porque o que escrevi vai de acordo, exatamente com o parágrafo anterior, sem alterar uma única linha de orientação, há valores intrínsecos que não me revejo em “política”. Discuto os valores humanos sem olhar raça, cor, credo, orientações política e outras… Porque o desrespeito, pelos direitos liberdades e garantias estão colocadas em dúvida. Tenho dito.