Milhares de apoiantes e opositores do Governo venezuelano saíram às ruas em Caracas, uns “pela paz e pela vida” e outros pedindo ao Governo que “desarme” a população.
Com roupas vermelhas, milhares de simpatizantes da revolução bolivariana responderam a uma convocatória da Frente de Mulheres pela Vida e concentraram-se na Praça Morelos para marchar até ao palácio presidencial de Miraflores (centro de Caracas), exibindo cartazes a favor da paz e da vida, mas também com a inscrição condenar o “terror fascista” opositor.
“Sem luta não há vitória”, “Venezuela, um destino de paz” e “Somos livres” eram algumas das mensagens que se podia ler.
Com as ruas protegidas por elementos da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) e da Polícia Nacional Bolivariana, os manifestantes “da pátria” entregaram um documento no Ministério Público apelando “à paz e a tranquilidade”.
Dirigindo-se aos manifestantes, a ministra venezuelana da Defesa, Carmen Meléndez, instou todos os venezuelanos, inclusive a oposição, a lutar pela paz e a condenar a violência de maneira cívica.
Na rede social Twitter, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, instou as mulheres a “continuar leais ao projeto de [Simón] Bolívar e de [Hugo] Chávez”, ao mesmo tempo que as felicitou: “Em apenas 24 horas, milhões lançaram-se à rua como uma garantia de paz e condenando o golpe de Estado fascista”, referiu.
Por outro lado, vestidos de branco, os simpatizantes da oposição concentraram-se no leste de Caracas, na Avenida Francisco de Miranda, onde instaram o Governo venezuelano a “desarmar os coletivos”, grupos de cidadãos afetos à revolução bolivariana.
A oposição ao regime diz que estes grupos estão armados e acusam-nos de fomentar a violência nos protestos de estudantes que desde há 10 dias se registam no país.
“Unidos contra a repressão” e “não à insegurança e escassez” eram algumas das mensagens antigovernamentais que se liam na concentração opositora, na qual esteve presente Lilian Tintori, mulher do líder da oposição Leopoldo López, que na última se entregou às autoridades.
Sobre o responsável recaem acusações de estar envolvido nos protestos violentos que provocaram alguns mortos e dezenas de feridos na semana passada.
Durante a concentração, o ex-candidato presidencial da oposição Henrique Capriles denunciou 18 casos de estudantes que alegadamente foram vítimas de tortura por parte de organismos de segurança e instou os opositores ao regime a deixarem de bloquear as estradas do país.
Por outro lado instou os simpatizantes da revolução bolivariana a unir-se aos protestos pacíficos: “Podemos ter diferenças, mas há algo que nos une que é maior – é a Venezuela”.
/Lusa