A Bélgica é o primeiro país do mundo a nomear uma mulher como embaixadora para a Arábia Saudita, depois de designar para o cargo Dominique Mineur, atualmente à frente da representação diplomática dos Emirados Árabes Unidos.
O anúncio da nomeação de Dominique Mineur surge após ter sido conhecido que a Bélgica também nomeou recentemente uma mulher para a sua embaixada no Irão, Véronique Petit, que era responsável do Comércio da direção-geral dos Assuntos Europeus do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bélgica.
“O interesse que suscitou a designação de embaixadoras para postos como Teerão e Riade é testemunho do problema que representa os direitos das mulheres nestes países”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Didier Reynders, na abertura de jornadas diplomáticas em Bruxelas, onde anunciou a nomeação da diplomata para a Arábia Saudita.
Reynders observou que estas nomeações mostram a vontade da Bélgica “de enviar pessoas competentes para postos que contam cada vez mais na cena internacional”.
As futuras embaixadoras em Riade e Teerão serão confirmadas pelo rei Filipe, “em março ou abril” e ambas ocuparão os respetivos postos no verão do próximo ano.
No que toca aos direitos das mulheres, a Arábia Saudita e o Irão são países com grandes limitações. No caso da Arábia Saudita o país ocupa o lugar 138.º e o Irão o 140.º numa lista de 144 países analisados num relatório do Fórum Económico Mundial, que mede a desigualdade entre homens e mulheres.
As mulheres sauditas necessitam de permissão de um homem da sua família para viajar ou para realizar outras atividades. Só este ano foi anunciado que, a partir de 2018, lhes será permitido obter a carta de condução.
Já no Irão, a situação é considerada menos opressiva. No entanto, persiste a obrigatoriedade de envergar um véu sobre a cabeça.
// Lusa