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Ficheiros Kennedy: EUA ponderaram usar armas biológicas contra Cuba

(dp) CIA

O presidente John F. Kennedy (d) num encontro com chefias militares na Casa Branca em 1962 para discutir a Crise dos Mísseis de Cuba. 3º a contar da esquerda, o major Richard Heyser, que tirou as fotos que revelaram os mísseis

As autoridades norte-americanas estudaram a possibilidade de realizar uma operação de sabotagem agrícola contra Cuba para destruir as colheitas do país através de armas biológicas, revela um dos documentos secretos da CIA desclassificados no passado dia 27 de outubro.

Os dados sobre os planos obscuros da CIA contra Havana encontram-se num documento sobre a reunião de um grupo especial dedicado à chamada Operação Mangusto. O encontro ocorreu a de setembro de 1962.

O general Marshall Carter, na altura director da CIA, que participou na reunião, sugeriu o uso de “agentes biológicos disfarçados de substâncias de origem natural” para destruir as colheitas cubanas.

“O general Carter sublinhou a vulnerabilidade extrema de qualquer operação desse tipo e as consequências terríveis que ela poderia ter se algo corresse mal, especialmente se aparecesse alguma prova evidente do envolvimento dos EUA”, lê-se no documento.

McGeorge Bundy, o assessor de segurança de Kennedy, advertiu por sua vez que não era adequado usar substâncias químicas ou similares se não fosse possível esconder todas as provas da sua utilização.

O documento também contém uma proposta de discutir um plano de “ataque contra os funcionários soviéticos que se encontram no território de Cuba”, mas nos documentos revelados não há mais detalhes ou explicações sobre este tema.

O actual presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou a retenção pública temporária, até 26 de abril de 2018, de 2.891 documentos secretos relacionados com o assassinato do presidente John Kennedy, em 1963, que ocorreu no auge da Guerra Fria.

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