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Leipzig vs Porto | Dragões sem asas para os alemães

FC Porto somou a sua segunda derrota nesta edição da Liga dos Campeões, ao perder, por 3-2, na deslocação ao terreno do Leipzig, com todos os golos a serem apontados na primeira parte.

A equipa alemã, fundada em 2009 pela Red Bull, entrou em campo “a voar” e rapidamente chegou à vantagem. Os “dragões” marcaram por duas vezes, em ambos os casos em lances algo confusos, mas nunca conseguiram impor o seu futebol, somando apenas um remate à baliza contrária em toda a segunda parte.

O Jogo explicado em Números

  • Início de partida simplesmente avassalador por parte da equipa alemã, que chegou à vantagem logo aos oito minutos, num lance com culpas para José Sá. O guarda-redes português, que rendeu Iker Casillas na baliza, não foi capaz de segurar o remate de Bruma, soltando a bola para a frente, com Orban a aproveitar na recarga. O Leipzig chegaria ao final dos primeiros dez minutos da partida com números impressionantes: quatro remates, dois deles enquadrados, 79% de posse e 88% de eficácia de passe (contra 50% do FC Porto).
  • Os “dragões” chegaram à igualdade aos 18 minutos, no primeiro disparo que fizeram. Aboubakar, ao segundo poste, rematou à meia-volta para o fundo da baliza, após dois desvios de cabeça por parte dos centrais portistas, na sequência de um lançamento realizado por Layún. O golo acabou por contrastar com o domínio dos alemães, que somavam já sete disparos (ainda os mesmos dois enquadrados).
  • Volvidos os primeiros 30 minutos havia um jogador em destaque: o médio Sabitzer, que já somava quatro passes para ocasião, um registo verdadeiramente impressionante. O médio austríaco acabaria por ser recompensado pouco depois ao isolar Forsberg que, na cara de José Sá, não desperdiçou e fez o 2-1.
  • Apenas três minutos depois, o Leipzig aumentou a vantagem, num lance muito parecido ao do 2-1. Jean-Kévin Augustin aproveitou um corte deficiente de Marcano para colocar a bola fora do alcance de José Sá, que novamente se viu numa situação de um-para-um. Este não seria, no entanto, o último golo da primeira parte, pois Marcano, aos 44 minutos, reduziu para 3-2 ao desviar a bola após cabeceamento de Herrera.
  • Vantagem perfeitamente justa dos alemães, que dominaram em praticamente todas as frentes ao longo da primeira parte. Os da casa tiveram 70% de posse de bola e uma enorme vantagem no que diz respeito à eficácia de passe (83%-61%), e fizeram praticamente o quádruplo dos remates do Porto, embora a diferença no que diz respeito aos disparos enquadrados fosse quase mínima (5-3).
  • Augustin liderava os  GoalPoint Ratings, com 6.6, muito por causa do golo apontado, a que somava ainda um drible eficaz, quatro duelos ganhos em nove disputados e duas faltas sofridas.
  • O melhor do FC Porto era mesmo o central Felipe 5.4, autor de uma assistência, quatro passes longos eficazes e seis acções defensivas.
  • A equipa portista entrou na segunda parte mais equilibrada, terminando os 15 minutos iniciais com mais bola (52%) e com o dobro de remates do adversário (2-1), embora nenhum deles tivesse ido à baliza. Ainda assim, foi o Leipzig que criou a primeira ocasião de perigo, aos 62 minutos, que só não deu em golo porque Marcano cortou a bola quase em cima da linha, após remate de Bruma.
  • O contraste em termos de número de passes para finalização ajudava a explicar as diferenças entre as duas equipas. Aos 75 minutos, os “dragões” continuavam a somar apenas dois passes para finalização – os que resultaram em golo -, enquanto os alemães já tinham… 14. Marega era o jogador em campo com menos passes, nove, sendo que apenas três deles foram eficazes.
  • As alterações introduzidas por Sérgio Conceição mexeram pouco com o jogo. Se Óliver Torres conseguiu ainda fazer 20 passes, 16 deles bem-sucedidos, Corona e Hernâni somaram, juntos, cinco entregas. Os “dragões” fechariam o segundo tempo com apenas um remate enquadrado, de Aboubakar – muito pouco para quem tinha como objectivo dar a volta ao marcador.

O Homem do Jogo

Naby Keita mostrou o porquê de estar a caminho do Liverpool no final da temporada. O médio da Guiné Conacri foi um verdadeiro herói, tanto a atacar como a defender, demonstrando toda a sua classe ao longo da partida.

Para além dos três passes para finalização, um deles criando uma ocasião flagrante de golo, Keita foi o protagonista de seis dribles eficazes (em sete tentativas), 69 passes certeiros, 110 toques e 22 duelos, dos quais venceu 13.

A defender, o jogador de 22 anos recuperou a bola 18 vezes e somou 12 acções defensivas, entre as quais estão sete intercepções.  Uma verdadeira exibição completa, que lhe valeu nota 7.4 nos  GoalPoint Ratings.

Jogadores em foco

  • Sabitzer 7.0 – Passeou classe pelo relvado. Autor de oito passes para finalização, sete deles de bola corrida e um deles resultante em golo, fez ainda um remate enquadrado
  • Layún 5.7 – Noite estranha do mexicano. Acertou apenas 14 dos 31 passes que fez (eficácia de 45%) e perdeu a bola 35 vezes, mas foi feliz em dois dos três dribles que arriscou e somou dois cruzamentos eficazes. A defender esteve muito melhor, contabilizando cinco desarmes, quatro intercepções e três alívios.
  • Bruma 5.3 – Fez cinco remates (só Augustin teve mais), dois deles à baliza, acabando por falhar uma ocasião flagrante de golo. Apenas uma das quatro tentativas de drible lhe saiu bem. Perdeu a posse 20 vezes e controlou mal a bola em quatro ocasiões.
  • José Sá 4.8 – Acusou a pressão de render Casillas ao cometar um erro resultante em golo, logo no início da partida. Ainda assim, somou quatro defesas, duas delas a remates de dentro da área, e duas saídas a soco.
  • Marega 4.6 – Noite para esquecer do maliano que, em 90 minutos, fez 12 passes, cinco deles eficazes. Venceu sete dos 15 duelos que disputou, perdeu a posse em 20 ocasiões e controlou mal a bola por seis vezes.

Resumo

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